Coronavírus e guerra de preços do petróleo impactam economia brasileira

Para Fernando Botelho, situação é agravada pela desconfiança sobre a capacidade do governo na condução da economia

 10/03/2020 - Publicado há 4 anos     Atualizado: 11/04/2020 as 12:11

 

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Montagem sobre foto de Jim Makos/Flickr/CC

A epidemia do coronavírus tem deixado todo o globo em estado de alerta. O medo de uma pandemia é generalizado e reflete inclusive na economia. Na última segunda-feira (9), a bolsa de valores brasileira, a B3, fechou com queda de 12%. As negociações chegaram a ser interrompidas por 30 minutos utilizando o sistema de circuit breaker. 

A queda nos preços dos barris de petróleo devido à ruptura entre a Rússia e a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e a derrubada dos preços dos barris pela Arábia Saudita instauraram uma guerra de preços com a Rússia, elevando os temores dos investidores de uma recessão mundial. No Brasil, o dólar atingiu R$ 4,76, umas das maiores cotações da história. 

O professor Fernando Botelho, do Departamento de Economia da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP, fala que o crescimento brasileiro tem expectativa de ficar menor e abaixo de 1%. Além dos prejuízos causados pelo coronavírus e o abalo nos mercados globais, no Brasil, a situação é agravada por conta da “desconfiança completa sobre a capacidade do governo em conduzir as reformas que a economia tanto precisa.”

De acordo com Fernando Botelho, é uma situação dramática e muito grave. “Se espera serenidade das autoridades políticas, principalmente do presidente, que é o condutor da economia, para lidar com essa questão, e não é o que se tem visto por aí. Isso que é o mais preocupante”, e complementa: “Ao invés de se preocupar com medidas para apoiar a economia, uma preocupação com empresas, que muitas podem ter falta de liquidez, o presidente está colocando em dúvida o resultado das eleições nas quais ele foi eleito”.

Em relação à presença do covid-19 no Brasil, Fernando Botelho acredita que a preocupação imediata deve ser a de reforçar os recursos para os municípios e estados integrantes da linha de frente de combate ao coronavírus. “Uma segunda camada são os impactos econômicos, porque muita gente vai precisar ficar em casa e várias empresas vão precisar suspender suas atividades.”


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