Durante uma gestação, todo cuidado é pouco, afinal, tudo aquilo que a mãe ingere influencia na formação do bebê. Se, por um lado, comer frutas e legumes ajuda a desenvolver uma criança saudável, o uso de drogas durante a gravidez ocasiona uma série de problemas no decorrer da vida do bebê.
Em entrevista ao Jornal da USP no Ar, o professor e pediatra José Simon Camelo Júnior, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, especialista em neonatologia e doenças metabólicas hereditárias, conta que filhos de usuárias de drogas podem nascer com uma síndrome chamada abstinência neonatal. “Há casos que passam batidos e, com o tempo, as crianças superam, já em outros acontece de ter uma morte fetal ou problemas neurológicos e cardíacos.”
Ao falar das drogas, Camelo Júnior diz que, a cada dia, mais aparecem, nas UTIs neonatais e cuidados intermediários, mães com problemas relacionados ao uso de drogas. O pediatra diz que o uso da maconha, por exemplo, parece interferir da mesma forma que o cigarro, isto é, “compromete a vascularização da placenta e facilita para o bebê nascer pequeno. Em médio e longo prazos é mais difícil de ser identificado, podem ter problemas de aprendizagem, de raciocínio, psicológicos”.
Drogas mais pesadas, como a cocaína, heroína e crack, podem ocasionar problemas mais graves, indo de malformações até morte fetal. Como exemplo, o pediatra cita um iceberg: “A ponta seria como a síndrome de abstinência, onde a criança apresenta desde febre até crises convulsivas, e os problemas futuros representam o corpo do iceberg”.
Ouça a entrevista no link acima.