Regulação da inteligência artificial patina em Brasília

Gilson Schwartz avalia que a discussão no Senado está longe do consenso

 Publicado: 15/07/2024

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Na coluna desta semana, o professor Gilson Schwartz comenta sobre a situação da regulação da inteligência artificial que anda a passos lentos no Senado Federal. Ele explica que “controlar a inteligência artificial é um desafio que exige leis, não apenas boa vontade”. Por trás dessa demora há uma guerra de interesses. A Confederação Nacional da Indústria (CNI), por exemplo, tem alertado para o risco da regulação excessiva sufocar a inovação empresarial.

A União Europeia definiu pontos estabelecendo obrigações tanto para os provedores quanto para os usuários e esses são controles que dependem do nível de risco. Mas mesmo os sistemas de baixo risco precisam ser avaliados. “A prioridade é garantir que os sistemas de inteligência artificial sejam seguros, transparentes, rastreáveis, não discriminatórios e ecologicamente corretos. Pode parecer um detalhe, mas é essencial que esses sistemas sejam supervisionados por pessoas e não por automação, ou seja,  a inteligência artificial depende e dependerá sempre da inteligência humana com seus altos e baixos, afinal.”

 

Entre os muitos riscos possíveis, o professor alerta que o inaceitável é quando os sistemas representam uma ameaça às pessoas como “a manipulação cognitiva comportamental de pessoas ou grupos vulneráveis específicos; por exemplo, brinquedos ativados por voz que incentivam comportamentos perigosos em crianças; pontuação social, classificação de pessoas com base em comportamento, status socioeconômico e outras características pessoais. Nesse sentido, Schwartz reforça que é preciso monitorar os sistemas de risco elevado que afetem a segurança ou os direitos fundamentais.


Iconomia 
A coluna Iconomia, com o professor Gilson Schwartz, vai ao ar quinzenalmente, segunda-feira às 8h30, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP,  Jornal da USP e TV USP.


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