Em sua coluna semanal – e fazendo coro com boa parte dos movimentos sociais -, o professor Alexino Ferreira denuncia a ausência de grupos da diversidade na composição do governo interino de Michel Temer, algo que considera bastante grave e que demonstra, em sua opinião, que tais questões não são relevantes para o governo que acaba de assumir o destino da Nação.
De acordo com o colunista, o Brasil regrediu nesse aspecto, dado que os últimos governos haviam evidenciado sua preocupação com os direitos humanos e a diversidade. Desde o primeiro mandato do neoliberal Fernando Henrique Cardoso, passando pelos presidentes petistas Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, os direitos humanos e o reconhecimento das diversidades já estavam legitimados, ou pelo menos agendados.
Alexino Ferreira observa que Dilma foi a que mais destaque deu para essa questão em sua composição ministerial, empossando dez ministras em seus primeiro mandato. Ainda assim, o Brasil ocupava o centésimo lugar em um ranking de presença feminina em ministérios de 191 países, de acordo com dados de 2015 divulgados pela ONU (Organização das Nações Unidas); agora, ocupa o último lugar, o que, para Ferreira, torna claro o descaso do presidente interino Michel Temer com a questão da diversidade.
Ele também observa que questões como a criminalização da homofobia e o casamento entre pessoas do mesmo sexo, entre outras conquistas obtidas, devem ficar engavetadas no Congresso, correndo o risco de não chegar ao Executivo, considerando a ligação e o comprometimento de Temer com setores conservadores e religiosos.