Professora Kaline Coutinho é a primeira mulher a assumir a diretoria do Instituto de Física

“Novos desafios se apresentam, não apenas às grandes questões científicas, mas à necessidade de se fazer mais presente junto à sociedade”, afirmou a diretora na cerimônia de posse

 06/12/2023 - Publicado há 5 meses     Atualizado: 13/12/2023 as 15:31
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Kaline Coutinho assina o Termo de Posse como nova diretora do Instituto de Física (IF) da USP ao lado da secretária-geral Marina Gallottini e do diretor anterior, Manfredo Tabacniks – Foto: Marcos Santos/USP Imagens


O Instituto de Física (IF) da USP será, pela primeira vez em seus quase 90 anos de existência, liderado por uma mulher. Kaline Coutinho e Cristiano Oliveira assumiram, no último dia 5 de dezembro, os cargos de diretora e vice-diretor do instituto, respectivamente. A cerimônia de posse foi realizada na Sala do Conselho Universitário.

Em seu primeiro discurso na função, Kaline evocou a faculdade como parte da sociedade que a apoia e financia. “O Instituto de Física, com uma história longa de sucesso acadêmico, passa por um momento importante, em que uma reflexão crítica se impõe e novos desafios se apresentam. Estes se referem não apenas às grandes questões científicas, mas a uma clara necessidade de se fazer mais presente, mais atuante junto à sociedade”, afirmou.

Ela também abordou os desafios de sua posição: “O IF é o maior instituto de Física do Brasil e possivelmente da América Latina, e administrar uma instituição tão grande não é uma tarefa fácil”. Como barreiras a serem ultrapassadas, a nova diretora pontuou a modernização curricular do bacharelado em Física, o incentivo ao interesse na licenciatura em Física, a necessidade de adequação da carga didática das disciplinas das outras unidades, a continuidade da formação de professores acadêmicos e do ensino básico e a redefinição das relações interpessoais da comunidade do IF.

Por fim, Kaline ressaltou que a eleição de uma mulher pela primeira vez para a direção do instituto é um sinal claro de que as transformações que precisam ser feitas no IF e na USP como um todo já estão ocorrendo.

Já o reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior, iniciou sua fala agradecendo ao antigo diretor, Manfredo Tabacniks, a quem chamou de “excelente gestor”, por sua atuação à frente do Instituto de Física e também como membro do Conselho Universitário.

Cristiano Oliveira assina o termo de posse como vice-diretor do Instituto de Física (IF) da USP – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

 

Carlotti ressaltou a importância das trocas de gestões para a oxigenação e o sucesso da Universidade e comentou sobre o papel do vice-diretor como parceiro da diretora na liderança de uma unidade: “Vocês podem contar com a Reitoria para implementar mudanças. Esta é uma Reitoria que gosta de fazer mudanças bem pensadas e bem discutidas. Nós estamos fazendo algumas mudanças significativas, então podem contar conosco para isso”.

Encerrando sua fala, o reitor parabenizou a escolha de Kaline — “uma mulher com várias prioridades bem planejadas” — como nova dirigente do Instituto de Física e destacou o valor da recente decisão da Fuvest, que irá selecionar apenas autoras mulheres para a lista de leituras obrigatórias dos vestibulares de 2026 até 2028. De acordo com ele, a “turbulência” que a repercussão da escolha causou é essencial para promover mudanças urgentes na sociedade.

Quem são?

Kaline Rabelo Coutinho é docente do Instituto de Física (IF) da USP desde 2004. Graduada em Física pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), é mestre pela mesma instituição e possui doutorado em Física pela Universidade de São Paulo. Atua principalmente nas áreas de matéria mole, efeito solvente, propriedades eletrônicas e estruturais, interfaces, misturas líquidas, materiais porosos, agregados moleculares e nanotecnologia.

Cristiano Luis Pinto de Oliveira é professor livre-docente da USP. Possui graduação em bacharelado em Física Aplicada pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e graduação em licenciatura em Física, mestrado e doutorado pela mesma universidade. Estuda matéria mole, matéria condensada e biofísica, principalmente nas áreas de SAS, difração, modelagem, polímeros, proteínas, DNA/RNA, raios X e surfactantes.

*Estagiária sob supervisão de Michel Sitnik


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