Sessão solene marca 67 anos do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares

O Ipen foi fundado em 1956 como Instituto de Energia Atômica, por meio de um convênio entre o Conselho Nacional de Pesquisas, atual Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e a USP

 01/09/2023 - Publicado há 11 meses     Atualizado: 04/09/2023 as 15:31
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A cerimônia foi realizada no auditório do instituto e reuniu autoridades de instituições federais e estaduais – Foto: Marcos Santos / USP Imagens

Uma sessão solene marcou a comemoração dos 67 anos do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen). A cerimônia, realizada no auditório do instituto, reuniu autoridades de instituições federais e estaduais, além de docentes, pesquisadores e servidores, e teve início com uma apresentação da superintendente do instituto, Isolda Costa.

O Ipen foi fundado em 1956 como Instituto de Energia Atômica, por meio de um convênio entre o Conselho Nacional de Pesquisas, atual Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e a USP. Atualmente, é uma autarquia estadual gerida técnica e administrativamente pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), órgão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) do governo federal.

O Ipen está localizado dentro da Cidade Universitária, em São Paulo, e tem atuação em vários setores da atividade nuclear, entre elas, nas aplicações das radiações e radioisótopos, em reatores nucleares, em materiais e no ciclo do combustível, em radioproteção e dosimetria.  É uma entidade associada à USP para fins de ensino, sendo responsável, junto com a Universidade, pela condução de programas de pós-graduação em nível de mestrado e doutorado.

“Sou neurocirurgião e opero pacientes com epilepsia de difícil controle. Para localizar a área cerebral responsável pelo início das crises, o paciente fica monitorizado, fazendo eletroencefalograma contínuo e uma enfermeira fica ao lado dele para, a qualquer sinal de crise, elétrica ou clínica, injetar um radiofármaco [o Ipen é o maior produtor de radiofármacos para a medicina nuclear do País]. É feito um exame, identificado o local onde o radiofármaco está e é ali que se localiza o início da crise. Isso ajuda muito na cirurgia. Essa foi minha primeira relação com o Ipen: utilizando os radiofármacos para fazer diagnóstico para a prática clínica”, contou o reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior.

“Na Universidade, eu reencontrei o Ipen na pós-graduação, quando era pró-reitor. E, depois como reitor, pude entender melhor essa parceria com a USP, que tem sido constante. Além da localização física do Ipen, durante todos esses anos, mantivemos a parceria no ensino e na pesquisa. Uma parceria viva e histórica”, considerou Carlotti.

(Da esq. p/ dir.) O pesquisador do Centro de Lasers e Aplicações do Ipen, Eduardo Landulfo; o reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior; e o ganhador do Prêmio Shigueo Watanabe de Melhor Tese do Programa em Tecnologia Nuclear Ipen/USP, Fernando Gonçalves Morais – Foto: Marcos Santos / USP Imagens

O reitor também citou o vínculo da USP e do Ipen a partir da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica de São Paulo, que sedia empresas que desenvolvem pesquisas para produtos e serviços com alto grau tecnológico, principalmente nas áreas de Biotecnologia, Biomedicina, Química, Materiais, Meio Ambiente, Técnicas Nucleares, Tecnologia da Informação e Softwares Especiais.

A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, que também participou da cerimônia, defendeu o papel vital do Ipen para o Complexo Industrial de Saúde, sua importância para o desenvolvimento do País e o domínio nacional de uma base produtiva em saúde.

“Temos a compreensão do papel estratégico do Ipen para o fortalecimento do Complexo Industrial da Saúde e a redução das desigualdades no acesso da população aos tratamentos e diagnósticos oferecidos pela medicina nuclear em nosso País”, afirmou a ministra. “Não temos dúvida do quanto o SUS é indutor de desenvolvimento e do quanto é decisivo para a qualidade de vida da população. É robusto, eficiente, e reduz a mortalidade no País”, completou.

No evento, foi anunciado o ganhador do Prêmio Shigueo Watanabe de Melhor Tese do Programa em Tecnologia Nuclear Ipen/USP: Fernando Gonçalves Morais, com a tese Estudo das propriedades de absorção de Brown Carbone Black Carbon utilizando sensoriamento remoto e medidas in situ na Amazônia, sob a orientação do pesquisador do Centro de Lasers e Aplicações do Ipen, Eduardo Landulfo.

Também foi revelada a vencedora do Prêmio Ipen de Inovação Tecnológica, a pesquisadora Monica Mathor, e outorgado o título de Pesquisadora Emérita a Letícia Lucente Campos Rodrigues.


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