“Série Energia”: Os prós e os contras da energia nuclear são evidentes em série dramática

Desastre nuclear de Fukushima traz à tona o perigo das usinas de energia nuclear em série da Netflix

 11/08/2023 - Publicado há 12 meses
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Desastre nuclear de Fukushima é tema de série da Netflix – Foto: Greg Webb/IAEA
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A contínua dependência que a humanidade tem da energia nuclear e os riscos inerentes que ela apresenta é a tônica da série dramática japonesa Três Dias que Mudaram Tudo, que traz à tona uma das questões mais cruciais do século 21. Através da narrativa do desastre nuclear de Fukushima, em 2011, a série mergulha profundamente nos prós e contras da energia nuclear, expondo tanto suas promessas quanto os perigos.

Em 11 de março de 2011, um terremoto de magnitude 9.1 na Escala Richter, seguido de um tsunami, desencadeou um dos piores desastres nucleares da história na usina de Fukushima Daiichi. A série, focada nos eventos aterrorizantes na usina, serve como um estudo de caso penetrante dos riscos da energia nuclear. Ao mesmo tempo, a narrativa aborda o papel crítico que a energia nuclear desempenha na sociedade moderna.

A energia nuclear, gerada pela divisão de átomos de urânio, é uma fonte de energia de alta capacidade, que pode atender às necessidades energéticas de uma nação. É limpa em termos de emissões de carbono, tornando-a uma alternativa atraente aos combustíveis fósseis no contexto das mudanças climáticas. No entanto, a série ilustra vividamente os riscos inerentes associados a ela – a ameaça de um desastre nuclear.

O desastre de Fukushima exemplifica o perigo extremo que a energia nuclear pode representar. O terremoto e o subsequente tsunami danificaram as linhas de transmissão de energia da usina e ativaram os geradores a diesel responsáveis pelo resfriamento dos reatores. No entanto, as ondas de 15 metros inundaram o subsolo onde os geradores estavam localizados, causando a falha do sistema de resfriamento e resultando em um desastre nuclear de grande escala.

Os eventos que se seguiram, incluindo a liberação de material radioativo na atmosfera e no Pacífico, a evacuação de mais de 160 mil pessoas e a contaminação de grandes áreas, evidenciam os perigos que um desastre nuclear pode trazer. O vazamento de radiação continuou por quase uma semana, e levou quase duas semanas para que os reatores fossem considerados estáveis novamente.

O custo humano do desastre foi imenso. Além da evacuação de grande escala, em 2018 o governo japonês confirmou a morte de um trabalhador da usina devido a um câncer causado pela exposição à radiação. Partículas radioativas contaminaram mais de 1 mil km² e mais de 160 mil moradores tiveram que deixar a região. Ao longo dos anos, mais de 18 mil pessoas morreram devido à radiação. Este é um lembrete sombrio dos riscos para a saúde que a radiação nuclear pode trazer.

Para se ter uma ideia dos riscos, existem atualmente 440 usinas nucleares em funcionamento e mais 23 em construção em todo o mundo. A Europa lidera com 207 usinas nucleares e está construindo mais sete. Japão, Coreia e China possuem juntas 82 usinas e a América do Norte, com EUA, Canadá e México, tem atualmente 123. No Brasil, existem duas usinas nucleares, Angra I e Angra II. Angra III ainda está em construção.

A Série Energia tem apresentação do professor Fernando de Lima Caneppele (FZEA), que produziu este episódio em coprodução com Ferraz Júnior e edição da Rádio USP Ribeirão. Você pode sintonizar a Rádio USP Ribeirão Preto em FM 107,9, pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo no celular para Android e iOS.


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