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Nesta quinta-feira (27), o Centro Universitário Maria Antonia abre a exposição Imagem-Testemunho, a qual reúne experiências artísticas de presos políticos na ditadura civil-militar, apresentando obras realizadas por presos políticos durante os anos 1970 nos presídios do Estado de São Paulo. “São desenhos, colagens e xilogravuras que foram reunidas durante anos pelos ex-presos políticos Alípio Freire e Rita Sipahi e contam atualmente com mais de 300 obras”, explica a professora Giselle Beiguelman. “A curadoria é de Priscila Arantes e ela interpreta essas imagens como “insurreições” que revelam a ligação entre os presos políticos e as redes de apoio fora do espaço carcerário. Isso porque, quando esses testemunhos saiam das prisões, funcionavam como um dispositivo de divulgação da existência de presas e presos políticos no País.”

Não é a primeira vez que essas obras serão expostas. A primeira exposição dessa coleção, intitulada Pequenas Insurreições–Memórias, foi organizada pelas entidades promotoras do Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, em 1984, marcando os cinco anos do processo de anistia. Giselle diz ainda que muitas dessas imagens fizeram parte de livros, catálogos e revistas. “Mas tanto a curadora como o diretor do Maria Antonia, professor José Lira, destacam que o contexto do ano de 2023 acrescenta novos sentidos à exposição dessa coleção. Primeiramente, é uma possibilidade de homenagear Alípio Freire e as inúmeras vítimas que morreram em 2021 pelo descaso da política negacionista do governo Bolsonaro em relação à pandemia do coronavírus.” Outro ponto que a colunista destaca é o de que a exposição reafirma a importância dessa coleção como documento de um período obscuro da história do País e reafirma, também, a importância desses testemunhos como espaços de luta e resistência.

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