Seminário internacional discute reconhecimento de comunidades tradicionais do Brasil e Estados Unidos

Evento on-line ocorre no Dia dos Povos Indígenas e conta com pesquisadores indígenas e não indígenas do Brasil e dos Estados Unidos, com tradução consecutiva em inglês, português e espanhol

 17/04/2023 - Publicado há 1 ano
Seminário internacional terá transmissão a partir das 17 horas, no dia 19 de abril – Fotomontagem com imagens de Marcelo Camargo/Agência Brasil e Martin23230/Wikimedia Commons

 

O Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) da USP apresenta nesta quarta-feira, 19 de abril, data em que o Dia dos Povos Indígenas é celebrado, a primeira mesa de discussão do seminário internacional Povos Indígenas e Afro-Descendentes nas Américas: Colaboração, Arqueologia, Repatriação e Herança Cultural. O evento ocorre às 17 horas de maneira remota e oferece certificado. As inscrições podem ser realizadas neste link.

Marianne Sallum – Foto: Arquivo pessoal

O seminário é uma parceria do Laboratório Interdisciplinar de Pesquisas em Evolução, Cultura e Meio Ambiente (Levoc) do MAE, junto ao Departamento de Antropologia da University of Massachusetts Boston (UMass-Boston), e propõe articular vozes de comunidades indígenas e afrodescendentes de diferentes países. “A ideia é criar uma rede de colaboração e, mais do que isso, criar uma rede de diálogo entre essas comunidades. Nós seríamos apenas um facilitador, na questão linguística, por exemplo, com tradução consecutiva”, afirma Marianne Sallum, pós-doutoranda do MAE e uma das organizadoras do evento.

A primeira mesa terá como tema Arqueologias indígenas, territórios e direitos humanos, recebendo convidados de diferentes comunidades. Para os organizadores, cada uma traz experiências que podem servir como exemplos para resolver problemas ou levantar questões em outras comunidades. 

A territorialidade, direitos civis e os saberes tradicionais são alguns dos outros temas abordados no evento. “Estabelecemos os temas conversando com nossos convidados, para saber o que eles consideram importante discutir, como reconhecimento linguístico, resgate da língua, reconhecimento identitário e reconhecimento territorial”, diz Marianne. 

Os convidados para a primeira edição do seminário são os brasileiros Luã Apyká, artista, escritor, ativista e professor indígena Tupi-Guarani, participante do Núcleo de Educação Indígena e membro da comunidade Tabaçu rekoypy, no município de Peruíbe, em São Paulo; e Yacunã Tuxá, ativista, estudante, pesquisadora e artista indígena do povo Tuxá de Rodelas, na Bahia. As obras de Yacunã já foram expostas na Pinacoteca do Estado de São Paulo, no Museu de Arte do Rio e no Museu Nacional da República.

Juntam-se a eles Natasha Gambrell, indígena da comunidade Eastern Pequot, nos Estados Unidos, e a professora indígena Blaire Morseau (UMass-Boston), da comunidade Potawatomi, que será a moderadora do debate. Os comentários finais serão realizados pelo professor Stephen Silliman, do Departamento de Antropologia da UMass-Boston.

Ao término do evento, a gravação ficará disponível no canal do MAE no youtube.

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O evento será o primeiro da iniciativa, que pretende realizar uma nova mesa de debates no dia 21 de junho, intitulada: Movimentos de Mulheres Indígenas e Afrodescendentes e Organizações de Base. Além das mesas on-line, os organizadores pretendem realizar mesas presenciais a partir de 2024.

“A ideia também é criar um website, onde essas pessoas possam colocar conteúdo que seja acessível por comunidades de diferentes lugares. Inicialmente nas três línguas, português, inglês e espanhol, mas também incluir línguas indígenas dependendo da demanda de cada comunidade”, conta Marianne. A iniciativa também procura discutir as questões da memória, fortalecimento da língua, identidade e outras manifestações de interesse local, cada uma com suas particularidades.

O evento enfatiza o reconhecimento do que a academia pode fazer para fortalecer e beneficiar as comunidades e os saberes tradicionais. “Queremos envolver os estudantes do MAE, os estudantes do Departamento de Antropologia da UMass-Boston, e de outras universidades, para repensar a questão da pauta acadêmica, que precisa ser renovada articulando os interesses dessas comunidades”, ressalta.

O seminário é coordenado por Marianne Sallum, pesquisadora do Levoc, associado ao MAE, e do Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa (Uniarq), e pela professora Daniela Balanzátegui, da University of Massachusetts Boston (UMass-Boston).

Banner do evento – Foto: Divulgação/MAE-USP

 


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