Mesa-redonda na USP debate relatório de violência contra jornalistas

Grupo Jornalismo, Direito e Liberdade realiza o evento “Violência contra jornalistas no Brasil: diagnósticos e caminhos para a proteção”, reunindo representantes da FENAJ, Instituto Vladimir Herzog e do Núcleo de Estudos da Violência da USP

 23/03/2023 - Publicado há 1 ano
Ameaça contra jornalistas é latente e ficou ainda mais evidenciada nos atos golpistas do dia 8 de janeiro – Arte sobre ilustações Fenaj e foto Senado

 

No ano passado, o número de jornalistas mortos em todo o mundo, em decorrência do exercício profissional ou em acidentes de trabalho, aumentou 50%, de acordo com o relatório anual Killing the Messenger. A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) indicou que, em 2022, o Brasil registrou em média uma agressão a jornalistas por dia, entre ataques físicos, ameaças e intimidações, além do assassinato brutal do jornalista Dom Phillips.

Para traçar as características e dimensões dessa violência buscar caminhos possíveis para proteger a profissão e o acesso à informação, o Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP recebe a mesa-redonda Violência contra jornalistas no Brasil: diagnósticos e caminhos para a proteção. O evento público e gratuito acontece no dia 27 de março, segunda-feira, no Auditório Alfredo Bosi do IEA, das 14h às 16h30. Também haverá transmissão on-line pelo site do IEA.

A mesa-redonda será composta por Norian Segatto (diretor do Departamento de Saúde da FENAJ), pela professora Daniela Osvald Ramos, coordenadora do Observatório de Comunicação, Liberdade de Expressão e Censura da Escola de Comunicações e Artes (ECA) e pesquisadora do Núcleo de Estudos da Violência, ambos da USP, e por Dyego Pegorario, articulador da Rede Nacional de Proteção a Jornalistas e Comunicadores pelo Instituto Vladimir Herzog. A mediação será realizada por Bruno Moura, integrante do Grupo de Pesquisa Jornalismo, Direito e Liberdade, organizador do evento.

Jornalismo, Direito e Liberdade

A grave ameaça ao exercício da profissão é latente e ficou ainda mais evidenciada nos atos golpistas do dia 8 de janeiro, quando diversos jornalistas foram agredidos. Diante desse cenário, há iniciativas de monitoramento e proteção desenvolvidas pela sociedade civil brasileira e internacional, e recentemente, o governo federal lançou o Observatório Nacional da Violência contra Jornalistas, pelo qual promete realizar ações de monitoramento, prevenção e responsabilização. De acordo com a Radioagência Nacional, veículo da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), além de fazer monitoramento dos casos, a ideia é também criar um banco de dados com indicadores sobre atos de violência e sugerir a adoção de políticas públicas.

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Mas quais são as características e dimensões dessa violência, e como monitorá-la de modo preciso? Quais são os caminhos possíveis para proteger a profissão e o acesso à informação? Como fortalecer o jornalismo e a informação de qualidade em um cenário de ataques à democracia e descrença na imprensa e em outras instituições que trabalham com informação de interesse público? Essas são algumas questões que o grupo de pesquisa Jornalismo, Direito e Liberdade (JDL) pretende debater em seu primeiro evento de 2023.

O JDL é um grupo de pesquisa ligado à ECA e ao IEA, e tem como foco de pesquisas estudar as interfaces do jornalismo, da filosofia política e do direito. No programa de trabalho deste ano, o grupo pretende pesquisar as condições e papéis atuais do jornalismo e das liberdades de comunicação num contexto de extremismos.

“Queremos investigar em que medida a liberdade de imprensa e outras liberdades correlatas de comunicação – do livre desenvolvimento da personalidade e dos dados pessoais até a liberdade de atuar na comunicação social, passando pela liberdade de opinião, crença e expressão, e o acesso à informação, o que inclui também a educação midiática e outros direitos -, têm sido violadas, realizadas ou defendidas numa época de continuidade”, destacam os pesquisadores em seu calendário 2023.

Serviço
Violência contra jornalistas no Brasil: diagnósticos e caminhos para a proteção
Data: 27 de março, às 14 horas
Local: Auditório Alfredo Bosi – IEA
Endereço: Rua da Praça do Relógio, 109, térreo, Cidade Universitária, São Paulo

Indicação de leituras:
Relatório de Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa no Brasil, da FENAJ (2022). https://fenaj.org.br/wp-content/uploads/2023/01/FENAJ-Relat%C3%B3rio-2022.pdf
RAMOS, D. O. Origens da misoginia online e a violência digital direcionada a jornalistas mulheres. RuMoRes, [S. l.], v. 16, n. 32, p. 39-57, 2022. https://www.revistas.usp.br/Rumores/article/view/202081Artigo 19. The Global Expression Report. 2021. The state of freedom of expression around the world. https://artigo19.org/wp-content/blogs.dir/24/files/2021/08/A19-GxR-2021-FINAL.pdf

 

Com informações do IEA e do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo


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