Segundo relatório anual divulgado pelo Repórteres sem Fronteiras, o Brasil subiu 18 posições no ranking mundial de liberdade de imprensa, o que, para o professor Carlos Eduardo Lins da Silva, é um progresso, que atribui muito mais a um sentimento de expectativa e de percepção do que a fatos concretos e que se deve, basicamente, à troca de governo no Brasil, com a saída de Jair Bolsonaro e a ascensão de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência, “que foi encarado por parte das entidades jornalísticas e dos que fazem esse relatório anual como uma perspectiva excelente de que as coisas melhorariam no Brasil”.
O relatório coloca a Noruega como o país com a maior liberdade de expressão do planeta, seguida por Irlanda e Dinamarca. Já os EUA aparecem em 45º lugar e a Rússia em 164º. A China, por sua vez, é a penúltima colocada, estando à frente apenas da Coreia do Norte, a última colocada no ranking. Por outro lado, algumas democracias importantes têm uma classificação bastante ruim, como é o caso do Japão, que aparece na posição de número 68, “e não porque haja censura da parte do Estado, o que existe no Japão é uma autocensura, que é secular”, observa Lins da Silva. “A autocensura no Japão é uma coisa histórica, já perdura 130 anos quase e prejudica muito, de fato, a sociedade japonesa e prejudica muito, evidentemente, o jornalismo japonês.”
Horizontes do Jornalismo
A coluna Horizontes do Jornalismo, com o professor Carlos Eduardo Lins da Silva, vai ao ar quinzenalmente, segunda-feira às 8h30, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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