USP e governo francês planejam criar um centro conjunto de pesquisa em São Paulo

A USP e o Centro Nacional de Pesquisa Científica da França firmaram um protocolo de intenções para a criação de um Centro Internacional de Pesquisa, sediado na Cidade Universitária, no começo de 2024

 07/03/2023 - Publicado há 1 ano     Atualizado: 09/03/2023 as 16:09
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O diretor-executivo do Centro Nacional de Pesquisa Científica da França, Antoine Petit (em pé), visitou a Reitoria na manhã desta segunda-feira, dia 6 de março – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

A USP e o Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS, na sigla em francês), principal instituição pública de pesquisa da França, firmaram ontem, dia 6 de março, um protocolo de intenções que prevê a criação de um centro conjunto de pesquisa, com sede na Universidade.

O Centro Internacional de Pesquisa (IRC, na sigla em inglês) deverá promover a colaboração entre as duas instituições na pesquisa e na formação acadêmica de alta qualidade, envolvendo tanto a governança institucional quanto a comunidade científica.

“Existe uma parceria já bastante estabelecida entre a USP e o CNRS. Estamos planejando agora dar um passo à frente nessa colaboração com a criação de um centro do CNRS dentro da Universidade que abrigará laboratórios de diversas áreas do conhecimento. Vamos reunir as pesquisas já existentes e procurar novas parcerias em todas elas, especialmente em áreas de interesse das duas instituições como energia e meio ambiente”, afirmou o reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior.

Para o diretor-executivo do CNRS, Antoine Petit, “a proposta é desenvolver a cooperação científica entre os países, seja levando estudantes e pesquisadores brasileiros para a França, seja enviando ao Brasil estudantes e pesquisadores franceses. O centro deverá atuar como um ‘guarda-chuva’, sob o qual desenvolveremos atividades diversas que vão evoluir ao longo dos anos. O que nos interessa, de fato, é que pesquisadores do Brasil e da França tenham interesse em cooperar uns com os outros”.

Esse será o quinto centro do CNRS em parceria com uma universidade. Até agora já foram estabelecidas parcerias semelhantes com as universidades do Arizona e de Chicago (Estados Unidos), com o Imperial College London (Reino Unido) e com a Universidade de Tóquio (Japão).

“Nós vivemos em um mundo global e nossas decisões são, cada vez mais, tomadas de forma conjunta. Acredito que esse tipo de interação para a realização de pesquisas conjuntas definirá o futuro da ciência”, afirmou o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e ex-reitor da USP, Marco Antonio Zago.

A cerimônia de assinatura foi realizada na Sala do Conselho Universitário e contou com a presença da vice-reitora, Maria Arminda do Nascimento Arruda, do secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo, Vahan Agopyan; do diretor administrativo da Fapesp, Fernando Menezes; do conselheiro para a cooperação cultural da Embaixada da França, François Legué; do cônsul-geral da França em São Paulo, Yves Teyssier d’Orfeuil; entre outras autoridades.

[A partir da esquerda] François Legué, Antoine Petit, Carlos Gilberto Carlotti Junior e Vahan Agopyan visitam o prédio onde será instalado o futuro Centro Internacional de Pesquisa CNRS-USP – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

CNRS e Fapesp

Antes da cerimônia na USP, a delegação do CNRS reuniu-se com a diretoria da Fapesp, instituição com a qual mantém acordo de cooperação há quase 20 anos.

“Temos conversado sobre a possibilidade de estabelecer um acordo envolvendo o Estado de São Paulo, a França – por meio do CNRS – e a Argentina. A parceria com a Argentina é muito importante para nós, porque nos daria a possibilidade de conduzir pesquisas de maior escala no Ártico e no sul do Atlântico”, comentou o presidente da Fapesp, Marco Antonio Zago.

Entre os integrantes do CNRS que participaram do encontro na Fapesp estavam Alain Schuhl, diretor-geral adjunto para a Ciência do CNRS; Christelle Roy, diretora de Pesquisa Europa e Cooperação Internacional; Jean Thèves, diretor adjunto de Relações Internacionais; Sylvie Rousset, diretora de Dados Abertos; e Samane Mussachio, diretor de Comunicações Internacionais.

O CNRS é o maior órgão público de pesquisa científica da França e um dos mais importantes do mundo, com orçamento anual de € 4 bilhões. Suas atividades cobrem praticamente todas as áreas do conhecimento, em mais de mil unidades de pesquisa e serviços certificados, sendo a maior parte produzida com instituições parceiras.


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