Artigo sugere doses homeopáticas de fármacos convencionais para tratar a psoríase

Trabalho foi publicado pelo médico Marcus Zulian Teixeira, professor da Faculdade de Medicina da USP

 09/12/2016 - Publicado há 7 anos     Atualizado: 15/12/2016 as 13:53
O sintoma mais comum da psoríase são erupções cutâneas, mas ela também pode acometer as unhas e as articulações – Foto: James Heilman/Wikimedia Commons

Acaba de ser publicado no periódico britânico Homeopathy artigo intitulado Biological therapies (immunomodulatory drugs), worsening of psoriasis and rebound effect: new evidence of similitude. O trabalho de Marcus Zulian Teixeira, professor da Faculdade de Medicina da USP, traz uma revisão sobre estudos que demonstraram a ocorrência do chamado efeito rebote (com piora do quadro do paciente) após o uso de drogas imunomoduladoras no tratatamento da psoríase.

De acordo com o docente, esta revisão da literatura científica “amplia com mais uma classe de drogas a fundamentação científica do princípio de cura homeopático perante a Farmacologia moderna”.

A psoríase é uma doença cutânea com um componente hereditário, caracterizada pela erupção de placas eritematosas cobertas de escamas esbranquiçadas, mais frequentes nos membros e no couro cabeludo. Na última década, avanços no entendimento da psoríase, incluindo o papel das células T e de substâncias relacionadas à resposta inflamatória chamadas citocinas, foram cruciais para o desenvolvimento de terapias biológicas através de drogas imunomoduladoras.

O termo terapias biológicas se refere a agentes sintetizados a partir de produtos do organismo vivo que modulam o sistema imune através de ações estimulantes ou inibitórias, atuando em sítios específicos. Na psoríase, os agentes biológicos atuam inibindo seletivamente a ativação e a maturação das células sinalizadoras de antígenos, bloqueando a secreção de citocinas e inibindo a ativação e a proliferação dos linfócitos T, sua migração para a pele, sua função efetora ou sua reativação.

Para Teixeira, apesar dos efeitos primários benéficos desse tratamento, ensaios clínicos recentes evidenciaram um agravamento da forma ativa da doença após a suspensão dos agentes imunomoduladores, com intensa exacerbação dos sinais e sintomas basais (aumento do tamanho ou piora da gravidade das lesões de pele, agravação das artrites, entre outros) atingindo, em alguns casos, uma progressão fatal da doença.

Ao reconhecer os perigos desse tratamento, o artigo sugere o emprego homeopático dos fármacos modernos, como o lítio e betabloqueadores para tratar a psoríase. Um projeto de pesquisa correlato é citado em analogia por empregar o estrogênio dinamizado para tratar a dor pélvica crônica associada à endometriose, ensaio clínico recentemente concluído e que demonstrou resultados satisfatórios.

O texto pode ser acessado na íntegra neste link.

Mais informações: e-mail mzulian@usp.br, com Marcus Zulian Teixeira


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