“Somos um museu universitário. Essa é a nossa identidade e esse é o lugar que ocupamos na USP”

Os novos dirigentes do Museu de Arqueologia e Etnologia tomaram posse no dia 30 de setembro

 03/10/2022 - Publicado há 2 anos
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A cerimônia de posse dos novos diretor e vice-diretor do MAE foi realizada no dia 30 de setembro, na Sala do Conselho Universitário – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Na última sexta-feira, dia 30 de setembro, Eduardo Góes Neves e Camilo de Mello Vasconcellos tomaram posse como os novos diretor e vice-diretor, respectivamente, do Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE).

“A estrutura dos museus estatutários da USP nos diferencia de outras universidades do mundo. É muito raro encontrar uma universidade com quatro museus que tenham a qualidade dos nossos Museu de Zoologia, Museu Paulista, Museu de Arte Contemporânea e, claro, Museu de Arqueologia e Etnologia”, afirmou o reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior.

Eduardo Góes Neves iniciou seu discurso falando da longa trajetória que ele e o vice-diretor Camilo de Mello Vasconcellos percorreram no MAE. Ambos são egressos do curso de história da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), ingressaram como estagiários no antigo Instituto de Pré-História (IPH) e, depois, tornaram-se servidores técnicos de nível superior e docentes.

“Nossas vidas profissionais se confundem com a do Museu. Essas diferentes experiências como alunos, servidores, professores e, agora, dirigentes, nos permitem conhecer profundamente o MAE, seus problemas, realizações e, sobretudo, seu imenso potencial. Elas também nos preenchem de profundo amor por essa instituição, que foi sempre a nossa casa, e do orgulho que temos em nela trabalhar”, explicou Neves.

Para o novo diretor, “a nós, como museu universitário, cabe continuar lutando contra o obscurantismo para a construção de um mundo mais tolerante. Nossa tarefa é continuar o trabalho primoroso feito por quem nos antecedeu, com a esperança de que, em quatro anos, com a ajuda de todos, entregaremos uma instituição ainda mais forte e relevante para o nosso País.

A cerimônia foi prestigiada por muitos dirigentes da Universidade e por servidores, docentes e pesquisadores do Museu.

Praça dos Museus

Outro assunto destacado no discurso do diretor foi a falta crônica de espaço e a luta por um lugar mais adequado para a exposição do riquíssimo acervo do MAE.

Eduardo Góes Neves – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

“Nos museus universitários, o ciclo completo de produção de conhecimento só se conclui através de exposições e outras atividades de comunicação. Somos um museu universitário, especificamente, um museu de ciências universitário. Essa é a nossa identidade e esse é o lugar que ocupamos na USP. Temos maravilhosas coleções de objetos produzidos por povos tradicionais, de diferentes partes do Brasil, da África e da América Latina. Temos a imensa responsabilidade de guardá-las e, sobretudo, de garantir o acesso às coleções pelas populações que com elas têm uma relação histórica, cultural, bem como pelo público em geral. E essa responsabilidade é ainda maior após o incêndio que destruiu, em 2018, o Museu Nacional, berço da ciência brasileira”, explicou Neves.

O reitor fez questão de reiterar o apoio da gestão ao projeto da Praça dos Museus. “Temos um compromisso com a Praça dos Museus e já destinamos recursos para a retomada das obras. Agora precisamos do empenho e da colaboração de todos para que, talvez ainda nesta gestão, possamos dar ao MAE um espaço de exposição digno, que traga luz e cultura ao campus, um espaço capaz de mostrar para a sociedade o que a arqueologia e a etnologia podem dar como contribuição para o futuro da nação”, esclareceu Carlotti.

O vice-diretor do MAE, Camilo de Mello Vasconcellos (esquerda) e o diretor Eduardo Góes Neves – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Quem são

Graduado em História pela USP, mestre e doutor em Antropologia pela Universidade de Indiana (Estados Unidos), Eduardo Góes Neves é arqueólogo e desenvolve estudos sobre os povos ameríndios da região do Amazonas.

Foi professor visitante na Universidade de Harvard (Estados Unidos), do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio Janeiro, do Museu Nacional de História Natural de Paris (França) e da Pontifícia Universidade Católica do Peru. Foi o ganhador do Prêmio de Pesquisa do Shanghai Archaeological Forum, em 2019.

Camilo de Mello Vasconcellos possui graduação e doutorado em História pela USP e desenvolve pesquisas sobre educação em Museus e História dos Museus na América Latina. Também atua como professor convidado do curso de Mestrado em Museologia da Universidade Nacional da Colômbia e do curso de Mestrado em Museologia e Patrimônio Histórico da Universidade Andina Simón Bolívar, do Equador.


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