“Série Energia”: O choque é a principal causa de mortes em acidentes com energia elétrica

Queimaduras e quedas são lesões provocadas pelo choque elétrico, situações que podem ser prevenidas

 02/09/2022 - Publicado há 2 anos
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Quedas e danos físicos de trabalhadores podem ser provocados por choque elétrico – Foto: Gino Crescoli/Pixabay
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A energia elétrica revolucionou a qualidade de vida das pessoas, mas o uso dela tem seus riscos, principalmente quando as medidas de segurança não são tomadas. Os acidentes mais comuns são o choque elétrico, os incêndios de origem elétrica, ligados principalmente à sobrecarga elétrica, e as mortes por descarga atmosférica. No ano passado foram registradas 761 mortes provocadas por choques elétricos, 50 mortes por descarga atmosférica no Brasil e 47 mortes resultantes de incêndios por sobrecarga. Os dados são do Anuário Estatístico de Acidentes de Origem Elétrica 2022, da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel).

Dessa forma pode se dizer que o choque elétrico é de longe a principal causa de mortes relacionadas ao uso da eletricidade. E a notícia não é boa. Desde 2013, quando os dados estatísticos relacionados a acidentes elétricos começaram a ser levantados pela associação, as mortes por acidentes elétricos saltaram de 1.038 para 1.585, somando um total de 52% na década da série histórica. 

Mas o que é um choque elétrico? O choque elétrico é a consequência da passagem de uma corrente elétrica por um organismo vivo. No corpo humano o choque elétrico que entra por uma das mãos e sai pela outra, ou por uma das pernas, é tido como um dos mais perigosos pelo fato da corrente elétrica passar pelo coração, provocar “fibrilação ventricular” e, consequentemente, a parada cardíaca.

A fibrilação ventricular corresponde a uma contração descoordenada e assíncrona das fibras do músculo ventricular cardíaco. O coração parece tremer em vez de pulsar. O uso de um desfibrilador ventricular é aplicável nesta situação.

O choque elétrico também causa lesões, como queimaduras, pela extensão do percurso que ele desenvolve ao longo do corpo. Outra consequência muito comum do choque elétrico é a queda. Em muitos casos a intensidade da corrente não oferece fibrilação ou lesões, mas o “susto” do choque causa uma queda caso a pessoa esteja em altura elevada, proporcionando lesões mecânicas.

Levando em consideração a resistência do corpo humano para as tensões mais comuns do nosso dia a dia, que são 127/220 volts, os casos de óbitos geralmente são atribuídos à fibrilação ventricular. Em muitos casos, sem deixar marcas visíveis do acidente como queimaduras ou lesões na pele.

Conhecer os riscos e tomar as devidas precauções podem reduzir consideravelmente as chances de um acidente elétrico. São muitas as maneiras de se prevenir acidentes com eletricidade, que vão desde o cumprimento das normas de projeto e utilização de circuitos elétricos às boas práticas, como: não sobrecarregar tomadas; ter cuidado com equipamentos elétricos em ambientes molhados; atenção com as crianças; evitar soltar pipas perto da rede elétrica; sempre desenergizar os circuitos quando for fazer alguma intervenção, inclusive para alterar a temperatura do chuveiro; tomar cuidado com fios desencapados; e, principalmente, sempre chamar um profissional habilitado para executar os serviços elétricos.

A Série Energia tem apresentação do professor Fernando de Lima Caneppele (FZEA), que produziu este episódio com Murilo Miceno Frigo, discente de doutorado e professor do Instituto Federal do Mato Grosso do Sul. A coprodução é de Ferraz Junior e edição da Rádio USP Ribeirão. Você pode sintonizar a Rádio USP Ribeirão Preto em FM 107,9, pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo no celular para Android e iOS.

 


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