A Comissão de Direitos Humanos da USP recebeu, no dia 7 de agosto, o secretário Estadual de Segurança Pública, Alexandre de Moraes, para discutir o modelo de policiamento comunitário, batizado de “USP Segura”, a ser implantado na Universidade. A reunião, realizada no prédio da Reitoria, durou cerca de três horas.
Pela Comissão, participaram seu presidente, José Gregori, além de seus integrantes: Maria Hermínia Brandão Tavares de Almeida, Calixto Salomão Filho, Ruy Martins Altenfelder Silva, Nancy Cardia e Talita Rodrigues da Silva, esta última como representante dos alunos.
As discussões giraram em torno da minuta do projeto, que tem como base o modelo de policiamento comunitário japonês – o documento foi definido em maio. As discussões sobre o tema, no entanto, tiveram início em janeiro deste ano. Em abril, foi constituído um grupo de trabalho da Universidade para esmiuçar a proposta, de acordo com a realidade e as necessidades da Universidade.
O projeto prevê a participação de policiais com perfil próximo ao dos estudantes, com idade de até 26 anos e formação universitária. A meta é aproximar os policiais da comunidade e trabalhar, de forma integrada, com a guarda universitária.
Pelo modelo, os policiais focariam o combate aos crimes praticados contra alunos, professores e funcionários. Problemas disciplinares e a vigilância patrimonial de rotina ficariam a cargo do corpo de seguranças da USP.
Reunião produtiva
Para o presidente da Comissão de Direitos Humanos da USP, José Gregori, a reunião foi produtiva. “A reunião foi para discutir o projeto, para tomar conhecimento dos detalhes e receber as informações que gentilmente o secretário se prontificou a dar,” disse. “Não houve rechaço da Comissão à proposta.”
Os próximos passos, segundo ele, serão tomados pela Reitoria. “Todo projeto é um processo que você vai aperfeiçoando”, explicou. “Nessa etapa nos cabe levar o que foi discutido hoje para o reitor, que, do ponto de vista do regimento da Universidade, vai tomar a providência de qual será a próxima etapa”, completou.
“A aceitação da ideia do modelo foi amplamente majoritária,” disse o secretário Alexandre de Moraes. “Esse plano só dá certo se a maioria quiser e nós temos absoluta certeza de que quer. Foi a partir disso que iniciamos essa ideia: todos constataram que há necessidade de policiamento aqui dentro.”
Discussão com a comunidade
O projeto de policiamento ainda vai ser amplamente discutido com a comunidade universitária. Durante o encontro, o secretário se dispôs a fazer reuniões e audiências públicas com os diretórios acadêmicos e entidades representativas dos funcionários.
“Nós queremos apresentar o plano aos professores, funcionários, diretório acadêmico, assim como nós estamos apresentando nas instâncias formalmente administrativas da Universidade,” explicou o secretário.
Para auxiliar a implantação do projeto, o secretário Alexandre de Moraes também pretende criar um Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) no âmbito da USP, formado por membros da comunidade acadêmica.
Manifestação
Durante a reunião, houve manifestação, em frente à Reitoria, de cerca de 30 pessoas, contra a presença da PM no campus. Os manifestantes foram convidados pela Comissão a enviar representantes para o encontro, mas recusaram-se a participar.
(Foto: Celina Oliveira)