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A crise envolvendo a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) é o tema da última coluna de 2021 do professor Renato Janine Ribeiro. Conhecida, principalmente, pelas bolsas e auxílios que concede, o eixo central da Capes é a avaliação da pós-graduação, ou seja, os cursos de mestrado e doutorado que fazem pedidos de recursos. Tudo isso baseado na avaliação da qualidade por eles oferecida. Entre 2004 e 2008, quando Renato Janine foi diretor de avaliação, isso era feito a cada três anos. Atualmente, é quadrienal.

O colunista explica que os critérios de avaliação envolvem a produção dos orientadores: eles são pesquisadores ativos? O pilar é baseado na ideia de que só pode formar um pesquisador, um mestre ou um doutor quem está pesquisando. O segundo critério é: os orientadores estão fazendo bons trabalhos? Já o terceiro é: ocorre uma boa distribuição da produção de pesquisa e orientação entre os orientadores?

O grande problema, diz Janine, é que há um grande atraso em tudo isso desde o ano passado. A Capes já teve três presidentes nesta atual gestão do governo federal. A avaliação quadrienal (2017-2020) deveria ter sido realizada em junho/julho de 2021, mas não foi, devido a mudanças na gestão do órgão e ao atraso na definição de vários princípios pela presidência da coordenadoria. Houve também uma portaria polêmica sobre como se faz a avaliação de periódicos e uma suspensão da avaliação por uma decisão judicial precária e que agora foi revertida.

“Isso tudo cria uma crise, neste momento há um alívio porque poderá ser feita a quadrienal, mas ainda continuam pontos pendentes a respeito do Qualis (sistema de avaliação de periódicos), o diálogo entre a presidência e os coordenadores tem de aumentar e é preciso que todos juntos defendamos a pós-graduação no Brasil”, aponta.