Falta de componentes e alta das matérias primas elevam preço dos carros novos

Guilherme Moreira diz que os seminovos sofreram aumento de preço ainda maior em função da alta demanda

 03/11/2021 - Publicado há 2 anos
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Desde o início da pandemia, houve um aumento de várias matérias primas, como o alumínio, o cobre e o aço, o que acabou refletindo no custo dos carros     Foto: Wikimedia Commons

 

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Ter um carro novo tem ficado cada vez mais difícil para os brasileiros, nem os modelos mais populares escapam do aumento de preço das montadoras, muito acima da inflação. Até o momento, segundo a empresa KBB Brasil, especializada em cotações de preços de automóveis, os veículos novos tiveram aumento cinco vezes maior que a inflação do ano medida até agora. 

Guilherme Moreira, economista e pesquisador da Fundação Instituto de Pesquisa Econômica (FIPE), vinculada à Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP, em entrevista à Rádio USP afirmou que, desde o início da pandemia, houve um aumento de várias matérias primas, como o alumínio, o cobre e o aço, o que acabou refletindo no custo dos carros. 

Outro fator que contribuiu para esse aumento, segundo o economista, foi a parada na produção de diversos componentes e também das montadoras, causada pela necessidade de lockdown durante a pandemia, o que levou muitas empresas a darem férias coletivas e causou uma desorganização nos estoques, especialmente de componentes eletrônicos. “Muitas peças, principalmente as que usam componentes eletrônicos, os semicondutores, tiveram uma retração na oferta e consequentemente aumento nos preços”. 

Para Moreira, não há solução no curto prazo, pois o restabelecimento dessas produções [dos componentes], tão importantes para a fabricação dos carros de hoje, deve demorar, portanto não há chance de queda dos preços dos automóveis tão cedo.

Usados seguem a tendência de alta

Com o preço dos carros novos nas alturas, muitos consumidores optaram pela compra de um veículo usado. Mas Moreira alerta que esses carros tiveram um aumento até maior que os  novos, pois o aumento da demanda por carros usados fez os preços subirem. “Se você considerar o IPC da Fipe, acumulado até agosto, vai perceber que os carros novos subiram em torno de 14% e os carros usados, mais de 20%”. 

O economista recomenda que aqueles que queiram  comprar seu primeiro carro ou trocar o seu usado, que esperem pelo menos a oferta se normalizar. “Talvez a curto prazo aconteçam algumas promoções ou alguns modelos possam cair um pouco de preço.”


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