Hospital da USP em Bauru promove ações de conscientização sobre fissuras labiopalatinas

Atividades realizadas durante a Semana Internacional de Fissura Labiopalatina buscam levar conhecimento sobre a condição congênita que afeta uma a cada 650 crianças nascidas

 30/09/2021 - Publicado há 3 anos
Brincadeiras para as crianças no jardim interno do HRAC-USP – Foto: André Boro, HRAC-USP

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Para promover inclusão, combater o bullying e conscientizar o público sobre o que é a fissura labiopalatina, o Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC/Centrinho) da USP está promovendo uma série de ações ao longo desta semana. A iniciativa faz parte da Semana Internacional de Fissura Labiopalatina, realizada em parceria com a maior organização do mundo dedicada à causa, a organização Smile Train.

Com o tema Todos os sorrisos são lindos, a programação inclui lançamento de podcast, orientações nas salas de espera, brincadeiras e atividades interativas para as crianças e celebração oficial da nomeação do HRAC como o primeiro Centro de Liderança em Fissura Labiopalatina do Brasil.

“Um reconhecimento desse é o resultado de um trabalho, de uma história. Precisamos lembrar e agradecer a todos que já passaram por aqui e aos que estão hoje, servidores, alunos, professores, e sempre agradecer àqueles que são os mais importantes, o paciente e sua família, que acreditam na nossa equipe”, destacou o professor Carlos Ferreira dos Santos, superintendente do HRAC-USP e diretor da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB-USP), sobre a importância do hospital ser reconhecido como Centro de Liderança.

“O Centrinho, sem dúvida alguma, é um local onde não tem como não se sentir acolhido. Então, desde muito tempo, a sensibilidade, o selo emocional que o Centrinho deixa em todos eu levo comigo na minha vida profissional. O Centrinho tem uma importância fundamental na vida de milhares de pessoas, mães, pais, pacientes, profissionais, pessoas que acreditam num amanhã”, disse a pró-reitora de Cultura e Extensão Universitária da USP, Maria Aparecida de Andrade Moreira Machado, que foi superintendente do HRAC-USP entre 2016 e 2018.

Conscientizar para evitar o preconceito

Condição congênita em que há comprometimento da fusão dos processos faciais durante a gestação, a fissura labiopalatina está relacionada a fatores genéticos e ambientais. Apresenta grande variabilidade clínica, podendo envolver desde uma pequena cicatriz labial até fissuras completas e bilaterais, que atingem o palato e são mais complexas. Pode ocorrer de forma isolada, estar associada a outras malformações ou ainda fazer parte de um quadro sindrômico. A prevalência no Brasil é de uma a cada 650 crianças nascidas.

Além de comprometimentos funcionais – como dificuldade na alimentação e alterações dentárias e no desenvolvimento da fala –, as implicações estéticas também impactam a vida das pessoas nascidas com fissura labiopalatina. Problemas relacionados ao bullying são muito frequentes ao longo da vida das pessoas com fissura. “A Psicologia no HRAC procura ter uma atuação preventiva em relação a essas questões. Assim, desde a primeira consulta, procura-se acolher os familiares e auxiliá-los no enfrentamento do diagnóstico da fissura labiopalatina, de forma que consigam fortalecer a autoestima e o comportamento de resolução de problemas do filho com fissura. No decorrer dos retornos, estas questões são frequentemente abordadas e, quando necessário, faz-se encaminhamento para psicoterapia”, disse a psicóloga Mariani Ribas, chefe da Seção de Psicologia do HRAC.

Podcast

O podcast Fissura Labiopalatina, produzido pelo Serviço Social do HRAC em parceria com a Smile Train, apresenta no primeiro episódio o tema Bullying e fissura labiopalatina: o que tem a ver? Clique no player e confira o primeiro episódio do podcast:

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