De fazenda de café a polo científico: alunos resgatam memórias da USP em Ribeirão Preto

História é contada na quarta edição da revista “Aetós”, produzida por alunos do curso de Medicina da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto

 13/05/2021 - Publicado há 3 anos
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Visão do prédio da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Foto: Divulgação/FMRP

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O que está por trás dos prédios históricos que abrigam pesquisa, ensino e extensão na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP? A história começa com a famosa produção de café da fazenda Monte Alegre, que deu espaço para a criação de um dos campi de uma das principais instituições de ensino do Brasil: a USP.

Em 1952, o terreno fértil para produção de café e a infraestrutura para a antiga Escola de Agricultura foram o abrigo dos visionários professores e fundadores da FMRP. Detalhes sobre a história de conquistas estão presentes na quarta edição da Revista Aetós lançada no mês de abril por alunos do curso de Medicina e membros do Departamento Científico do Centro Acadêmico Rocha Lima (CARL) da unidade.

De acordo com eles, o resgate do passado é importante em um momento em que a ciência sofre com fake news e ataques. “Com a constante descrença e os cortes de verbas, fica difícil, às vezes, lembrarmos de ter orgulho da ciência brasileira, e, por isso, acreditamos que a valorização do nosso passado científico, exaltando as grandes conquistas realizadas na FMRP, seja essencial para que nos inspiremos e continuemos a lutar pela ciência e a produzir ciência, mesmo nos tempos difíceis”, afirma Ana Maria Bicudo, coordenadora administrativa do Centro Acadêmico.
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Pintura da Fazenda Monte Alegre – Foto: Researchgate
Alexandre Fleming, Zeferino Vaz e Paulo Romeu – Foto: Reprodução/Revista Aetós

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Além da história da fazenda Monte Alegre, a revista conta com entrevistas e divulgação científica de marcos históricos da ciência brasileira, como o movimento sanitarista e a doença de Chagas. A revista está disponível para todos os interessados nos temas da ciência e da saúde neste link.

“O nosso objetivo é atuar na ponta protetora do discurso científico, combatendo veementemente as inverdades e propagando informações de alto grau de evidência. Nós também planejamos trazer uma perspectiva reflexiva acerca dos assuntos que emanam do fazer científico, abordando desde a ética, a bioética, o acesso à formação acadêmica e as desigualdades sociais que permeiam esse ambiente”, conta o editor da Aetós, Lucas Soares da Rocha.
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Edição da revista que aborda a transformação do campus da USP em Ribeirão Preto – Foto: Reprodução/Revista Aetós

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Outras edições

Ana Maria Bicudo e Lucas Soares da Rocha – Foto: Arquivo pessoal

Com o objetivo de aproximar o público externo dos estudos científicos com uma linguagem acessível, o Departamento Científico do CARL lançou a primeira edição da revista em maio de 2020 no formato de folhetim. O nome “Aetós” é uma referência grega para a águia, que é o símbolo da FMRP.

“Com a pandemia, a ideia de distribuir uma versão física não foi possível, mas desenvolvemos a produção de alguns formatos piloto na forma digital. Há um grande esforço em lançarmos edições trimestrais, mas estamos avaliando qual será a frequência definitiva”, conta Ana Maria.

Os alunos envolvidos no projeto ainda contam com o apoio de professores da FMRP e de outras universidades para colaborar com relatos, entrevistas e produção de texto. As edições, que são divulgadas no Instagram do departamento científico, já contaram com diversas temáticas, como o negacionismo visto em outros surtos e epidemias vivenciados no passado, pandemia da covid-19 e as desigualdades e dificuldades em criar novos saberes e desbravar novos conhecimentos a depender da sua cor, etnia, país de origem e gênero.

Mais informações: cientificocarl@fmrp.usp.br


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