O programa Ambiente É o Meio desta semana conversa com Rodrigo Rodrigues, professor da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da USP em Pirassununga, sobre alimentos processados.
De acordo com Rodrigues, as principais diferenças entre os alimentos processados e os in natura são que, nestes últimos, são preservadas a sua composição e condição natural, pois “qualquer transformação à qual o alimento é submetido dá origem a um produto que é chamado de alimento processado”.
O professor diz ainda que o processamento de alimentos não está restrito apenas a procedimentos industriais, pois “quando você descasca, seleciona, higieniza uma fruta ou vegetal, você está submetendo esse alimento a um tipo de processamento, mas em escala doméstica”.
Porém, Rodrigues conta que os processos em escala industrial podem, muitas vezes, ser menos prejudiciais do que quando realizados em ambientes domésticos. Como exemplo, o professor cita o leite que, quando comercializado pela indústria, tem uma perda de micronutrientes inferior a 10%. Para o especialista, “é um mito afirmar que o leite de caixinha é destituído de qualidade. Essa alegação não corresponde à realidade”.
Quanto ao impacto gerado por esses processos, o professor afirma que “toda intervenção tecnológica gera, em maior ou menor grau, algum efeito colateral”. Para Rodrigues, o importante é que a população saiba que “o processo conduzido em escala industrial, de forma ordenada, bem controlada, aplicando-se todas as ferramentas que controlam a qualidade e a segurança do alimento, traz muito mais vantagens, muitos mais benefícios do que perdas”.