Acompanhe a entrevista do repórter Marcello Rollemberg com os professores Plinio Martins Filho, da ECA – USP, e Neide Luzia de Rezende, da FE-USP
Parte 1:
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Parte 2:
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O nirvana, bem ao alcance dos amantes da literatura e do livro. Começou nesta sexta-feira (26), no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo, a 24ª edição da Bienal Internacional do Livro, que tem como tema este ano Histórias em Todos os Sentidos. Como sempre, é um evento amplo, geral e irrestrito, com a presença de cerca de 480 editoras, livrarias e distribuidoras do País, apresentando seus mais importantes lançamentos para aproximadamente 700 mil visitantes em um espaço total de 60 mil m². Um dos destaques é a programação multicultural, que acontece em 12 locais diferentes.
O mundo da leitura confinado em um espaço único requer leitores ávidos e vorazes, mas não se pode dizer que, num país como o Brasil, o hábito da leitura esteja arraigado e faça parte do dia a dia de todos os brasileiros, apesar da melhora aparente do quadro. A quarta edição da Pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, divulgada em março pelo Ibope, indica ligeira elevação no número de leitores: em 2011, representavam 50% da população acima dos 5 anos; no ano passado, chegaram a 56%. Também o índice de leitura per capita subiu de quatro livros lidos por ano, em 2011, para 4,96 livros anuais em 2015. Há motivos para comemoração, levando-se em conta que a definição de leitor considera quem leu pelo menos partes de um livro nos últimos três meses?
Sempre fiel à sua proposta de discutir os temas da atualidade, o programa Diálogos na USP ouviu, nesta sexta-feira, os professores Plinio Martins Filho, da Escola de Comunicações e Artes, o qual foi presidente e diretor editorial da Edusp por 25 anos; e Neide Luzia de Rezende, do Departamento de Metodologia do Ensino e Educação Comparada da Faculdade de Educação (FE-USP) da Universidade de São Paulo. Entrevistados pelo repórter Marcello Rollemberg, eles responderam a várias questões sobre o mundo dos livros e o fascínio da leitura em um país que tem mais leitoras do que leitores. E, claro, discutiu-se também sobre os livros virtuais.
Para a professora Neide, “as modalidades de leitura se diversificaram com as tecnologias. Então, o próprio conceito de leitura se amplia nesse sentido, porque você tem outros suportes e uma diversificação em consequência desses suportes”.
Já para o professor Martins Filho, “qualquer tipo de leitura é válido”. Ele acredita que “a gente passa por essa fase de transição do livro impresso e não impresso”. E é do professor, ainda, a frase que talvez mais afague o coração e a mente dos leitores em potencial e dos leitores contumazes: “O caminho é ler, ler e ler. A gente tem que achar caminhos para que as pessoas busquem esse prazer”.