Don’t let me down – ou quando os Beatles subiram no telhado

Próximos da separação, os Beatles produziram, entre 1968 e 1969, dois LPs que se tornariam clássicos: o “Álbum Branco” e “Abbey Road”

 08/05/2020 - Publicado há 4 anos
Por
A banda em seu último show. Ao fundo, fotomontagem mostra anúncio na imprensa sobre a decisão de Paul McCartney de deixar o grupo - Fotomontagem: Jornal da USP/Luana Franzão

Em 1968, os jovens de todo o mundo viviam seu grande sonho: o sonho da paz e do amor, o sonho da Era de Aquarius, o sonho da contracultura hippie. Rapazes e moças foram para as ruas dizer “não” ao establishment. Os estudantes de Paris, ao tomarem a Sorbonne em maio, escreveram nos muros: “é proibido proibir”. Os de Berkeley, na Califórnia, vestidos com roupas coloridas e batas indianas, brandiam flores contra a Guerra do Vietnam e diziam que era melhor fazer amor do que fazer a guerra. Em Praga, na Tchecoslováquia, meninas de minissaia tentavam convencer soldados soviéticos a não acabar com sua idílica primavera. Aqueles jovens estavam chegando longe. Tão longe que, de alguma forma, o sistema teve que ouvi-los – e em abril estreou na Broadway, no coração da capitalista Manhattan, a peça Hair, o paroxismo da contracultura hippie. Atores nus, apologia às drogas e um cáustico discurso antibelicista marcaram o espetáculo que ficou décadas em cartaz.

E em meio a tudo isso, a chamada Swinging London, a Londres do embalo, era uma espécie de novo centro do mundo, por mais que o planeta estivesse cheio de assunto. Balzac havia escrito, no século 19, que se algo não acontecia em Paris, não existia. Agora, se algo não acontecesse em Londres, não faria tanto sentido. Afinal, a capital do Reino Unido era a terra dos Beatles. E eles tinham a exata noção do que estava acontecendo. Agora eles faziam parte desta contracultura. As roupas comportadas e os terninhos sem lapela já eram coisa do passado. Bigodudos e antenados, eles se vestiam com roupas coloridas, abraçavam o psicodelismo, “viajavam” com LSD e tinham muitos sonhos. E um deles era conhecer a Índia e passar uma temporada com o guru da moda, Maharishi Maheshi Yogi. Coisa do George, que desde 1967 tinha se apaixonado pela música e pela filosofia hindus.

A ideia era passarem três meses aprendendo meditação transcendental com o Maharishi, isolados um pouco do mundo. John, Cynthia, George e Pattie embarcaram em 15 de fevereiro. Paul, Jane, Ringo e Maureen foram quatro dias depois. Mas não deu certo. O que era para durar meses, levou algumas semanas. Porque até meditação demais cansa – pelo menos no caso deles – e o nirvana parecia mais distante do que o prometido. Para não falar da comida condimentada que dava nós gástricos no sensível senhor Starkey. Resultado? Uma debandada de leve, mas incisiva. Ringo foi embora primeiro, no começo de março, com saudades dos feijões britânicos (sim, isso é possível, desde que você seja inglês). Paul foi em seguida e, finalmente, John e George pegaram seu avião para Londres. Na bagagem, as composições que viriam a dar forma ao Álbum Branco. A grande maioria delas, inclusive, com referência ao período indiano – mas disso falaremos daqui a pouco

Os Beatles em sua viagem à Índia - Imagem: Divulgação

Porque o sonho deles era maior do que uma viagem à Índia. Eles queriam até ser empresários, algo que ganhou forma em meados de 1967, quando – órfãos com a morte de Brian Epstein – criaram a Beatles Ltd. Pouco depois, a empresa mudaria de nome e passaria a ser conhecida apenas como Apple. Aquilo era o começo do fim do sonho beatle. Mas, na época, eles não faziam ideia disso. Ninguém fazia.

Mas os sinais estavam dados. Primeiro, porque eles não eram necessariamente homens de negócios, muito menos empresários convencionais. Segundo, porque as várias fatias da Apple iam desde descobrir novos talentos musicais – a efêmera Mary Hopkins e um jovem James Taylor são dois bons exemplos –, passando por empreendimentos cinematográficos, até abrir uma boutique de roupas. Uma não, duas.

“A Apple foi inaugurada no dia que a empresa de contabilidade Bryce Hammer & Co disse que eles poderiam entregar 3 milhões de libras em impostos para o governo britânico ou empregá-los para abrir um negócio”, revela Paolo Hewitt em seu livro Love me do. “Eles preferiram a segunda opção.” Era a estética hippie empregada ao capitalismo. Não podia dar certo. A Apple Boutique, o primeiro empreendimento da nova empresa, foi uma maluquice que só demonstrou como os Beatles entendiam de música, mas não de como gerenciar suas coisas. A primeira loja foi aberta na Baker Street – a mesma da casa de Sherlock Holmes –, em finais de 1967. Durou sete meses desastrosos. A ideia original de Paul de abrir “um lugar bonito, onde gente bonita poderia comprar coisas bonitas” simplesmente não funcionou. As roupas, de um psicodelismo quase lisérgico, foram criadas pelo grupo holandês de artistas alternativos (e perdulários) The Fool e não seguiam qualquer padrão tradicional.

A Apple foi inaugurada no dia que a empresa de contabilidade Bryce Hammer & Co disse que eles poderiam entregar 3 milhões de libras em impostos para o governo britânico ou empregá-los para abrir um negócio. Eles preferiram a segunda opção."

Não respeitavam tamanhos “normais” e consumiam uma verba imensa dos Beatles, já que os holandeses faziam questão de que as etiquetas fossem em seda pura. Além do mais, não havia qualquer controle sobre o que era vendido ou não e os clientes começaram a roubar as roupas e outros artigos sem serem admoestados. Resultado: em 30 de julho, John mandou fechar a loja. Os quatro, com suas mulheres, foram até a butique e pegaram tudo o que quiseram. No dia seguinte, informaram que o que havia sobrado seria distribuído gratuitamente. Não sobrou peça sobre peça. A segunda loja, na elegante Kings Road, teve o mesmo fim e só ficou marcada por uma razão: foi na sua inauguração que John Lennon apareceu em público pela primeira vez com Yoko Ono. No final das contas, os Beatles tiveram um prejuízo, na época, de 200 mil libras – o equivalente, hoje, a cerca de 3,5 milhões de libras. “O conceito da loja era muito melhor do que a realidade”, conformou-se George, tempos depois.

Um submarino amarelo e um álbum branco

A banda em seu desenho animado de 'Yellow Submarine' - Imagem: Reprodução

Então, os Beatles se concentraram naquilo que sabiam fazer melhor: música. Mas alguma coisa naquela união até então estável já parecia estar trincada. Os interesses iam divergindo, e no lugar do “nós” grupal – eles só tomavam decisões em conjunto – começou a surgir um individualismo que só fazia crescer. Mas eles ainda concordavam em algumas coisas. Como achar que a animação Yellow submarine era uma aposta equivocada. A ideia veio do produtor húngaro-americano Al Brodax, o mesmo que havia convencido o grupo a aceitar a série animada The Beatles, que a rede americana ABC exibiu em 1965. O desenho-animado fez sucesso, o grupo embolsou um bom dinheiro (apesar de ter odiado a experiência) e esqueceu a história. Até Brodax reaparecer.

Aproveitando que as pessoas continuavam a amar os Beatles – por mais que a imprensa parecesse ter se voltado contra eles e a polícia sentisse cheiro de cannabis a cada passo que eles davam –, ele sugeriu a animação. No começo, os quatro foram contra a ideia. Achavam que um filme infantil arruinaria sua credibilidade como artistas antenados com a contracultura. E só se convenceram a deixar o filme seguir seu caminho quando o diretor canadense George Dunning – a quem tinha sido dada a tarefa de criar um roteiro em cima da música-título, lançada em 1966 – incentivou os 200 animadores a utilizarem técnicas modernas inspiradas na pop art, tão em voga naqueles tempos. Deu no que deu e o filme é referência artística até hoje. E pensar que Paul McCartney, a princípio, preferisse que fosse um desenho ao estilo Disney.

Mas, para longe de submarinos amarelos, os Beatles estavam concentrados em um projeto muito mais ambicioso: gravar o álbum que tinham em mente desde que voltaram da Índia. E nem o anúncio de Jane Asher de que seu relacionamento com Paul estava acabado, nem o processo por adultério que Cynthia Lennon abriu contra John atrapalharam a produção. Até porque eles já estavam se desentendendo o suficiente e não precisavam de ajuda.

Para começar, eles não chegaram a um acordo quanto ao número de músicas que iriam gravar, já que a produção era enorme. O resultado é que, lançado em 22 de novembro de 1968, depois de quase seis meses de trabalho em estúdio, o Álbum Branco – como ficou conhecido graças à óbvia capa branca, apesar de oficialmente ser intitulado apenas The Beatles – é uma hipérbole musical. Para começar, é o único álbum duplo dos Beatles – o que deixou o produtor George Martin (aquele que ganhou o epíteto de “quinto beatle”) de cabelos em pé. E por que era um álbum duplo? Porque tinha música à beça – trinta, para ser bem exato. E foi isso o que apavorou Martin. Ele queria um álbum mais enxuto, com umas 14 músicas no máximo. Mas os quatro bateram pé, cada um defendendo suas composições.

E, dessa vez, sir George estava errado: o Álbum Branco é o disco vendido mais rapidamente de todos os tempos e hoje já passou da casa das 20 milhões de cópias comercializadas. E, para não deixar dúvidas de sua importância, está em décimo lugar na lista dos mais importantes álbuns de rock da revista Rolling Stones.

Capa do 'Álbum Branco' - Imagem: Divulgação

Mas não se pode dizer que o Álbum Branco seja uma obra equilibrada. Não é. Há, é verdade, pequenas obras-primas que se tornaram clássicos, como Back in the U.S.S.R., Blackbird e While My Guitar Gentle Weeps (nessa, de George Harrison, quem faz o solo da guitarra chorosa é um guitarrista promissor do iniciante grupo Cream, chamado Eric Clapton). Tem pérolas de delicadeza musical, como I Will (que Paul fez para a namorada Linda Eastman), Julia (homenagem de John à sua mãe, que morreu atropelada), Dear Prudence (feita por John para animar Prudence, irmã de Mia Farrow, que também participou da roubada indiana) e I’m so tired (com John atestando melodicamente que já estava cansado daquela história de meditação). Há também bobagens deliciosas, como Ob-la-di, Ob-la-da, The Continuing Story of Bungalow Bill e Martha My Dear (só para constar: não, a Martha “silly girl” não era nenhuma paixão secreta de Paul. Era sua cachorra).

Mas há também excentricidades sonoras praticamente inaudíveis, como Revolution 9, uma colagem e superposição angustiantes de sons que têm tanto inspiração na sonoridade incômoda de Stockhausen quanto nas ideias experimentalistas de Yoko Ono. Ela estava cada vez mais presente na vida do beatle. A composição é tão estranha que Paul se recusou a participar da sua gravação. Para ele, “não era uma música beatle” – assim como a igualmente inaudível Wild honey pie, só de Paul, também não era. Mas sobre isso ele não comentou.

Porque as coisas já estavam bem estranhas para o grupo. Como nunca havia acontecido antes, cada um dos Beatles trabalhou em um estúdio diferente e gravou por conta própria suas composições – fazia tempos que a assinatura “Lennon&McCartney” nas músicas era pura convenção. Cada um estava indo para seu lado e a convivência estava cada vez mais difícil. Eles começaram a trilhar um caminho sem volta. O clima era tão amargo e angustiante que Ringo não aguentou, largou tudo e foi se exilar no iate do ator Peter Sellers. Voltou duas semanas depois, mas a estrutura Beatle já estava esboroando. O Álbum Branco foi apenas mais um sinal de que, como disse o crítico inglês Paul Du Noyer, os fab four estavam se transformando nos four fab.

Uma famosa faixa de pedestres

Os Beatles em frente ao estúdio na famosa Abbey Road - Imagem: Divulgação

Uma prova disso – só uma, há muitas outras – talvez seja uma das músicas mais famosas do grupo, Hey Jude, lançada ainda em 1968. A composição é integralmente de Paul, até porque dificilmente John se sentiria à vontade para colaborar nela. A música, como todos sabem, é uma homenagem a Julian, o primeiro filho do criador dos Beatles. A relação de pai e filho era, no mínimo, distante – John chegou a confessar que Julian tinha sido “fruto de uma garrafa de uísque em uma noite de sábado”. O garoto tinha apenas 5 anos quando os pais se separaram e Paul quis fazer uma música para confortá-lo. Ele pensou originalmente em chamá-la “Hey Jules”, mas acabou optando por Hey Jude, mais eufônico. E estava criada uma das canções mais icônicas dos Beatles, ligada diretamente a Paul – de tal forma que ele a cantou na abertura das Olimpíadas de Londres, em 2012, e foi ovacionado pela plateia olímpica com um interminável “lálálálálá…” ao entrar em um ginásio para assistir a uma prova de ciclismo feminino. As britânicas ganharam o ouro.

Mas, antes de a banda se dissolver de vez, eles ainda tinham muito a fazer. Afinal, em 1969 eles estavam tocando dois projetos paralelos: a gravação de um documentário para a TV, chamado inicialmente de Get back – que mostraria os quatro trabalhando em suas músicas –, e um novo álbum, ao qual dariam o nome de Abbey Road, a rua onde ficavam seus primeiros estúdios de gravação. A esta altura, os quatro já estavam preferindo trabalhar no prédio da Apple, em Saville Row, onde também tinham estúdios e gravavam Get Back no porão. E, então, alguém teve uma ideia: por que não tocar ao vivo mais uma vez? Afinal, a última vez que tinham tocado em público havia sido em 1966. Paul, por exemplo, achava que voltar a se apresentar ao vivo era uma forma de recobrarem a antiga empolgação de banda.

Capa do icônico álbum 'Abbey Road' - Imagem: Divulgação

Era janeiro, eles estavam no meio daquele documentário confuso e resolveram fazer uma performance, algo inusitado, praticamente uma jogada de marketing. As ideias voaram: poderia ser em um iate no meio do Tâmisa, em um anfiteatro grego ou em um centro de artes cênicas. Mas havia o problema de ter que carregar toda a parafernália de som. Então, eles finalmente chegaram a um acordo. “Havia um plano para tocar ao vivo em algum lugar. Nós estávamos imaginando onde poderíamos ir – até  no Saara. Mas nós teríamos que levar todas as coisas, então decidimos: ‘Vamos subir no alto do prédio’”, revelou Ringo, anos mais tarde. E, então, os Beatles subiram no telhado.

O dia escolhido foi 30 de janeiro, uma quinta-feira gelada e nublada do inverno londrino. Eles não avisaram a ninguém o que iriam fazer. E, ao meio dia, bem na hora do almoço e no alto do prédio da Apple, eles começaram a tocar. Durante 42 minutos, os Beatles cantaram cinco músicas com nove tomadas – só Get back teve três versões diferentes. E foi uma confusão danada. Quando as notícias do evento se espalharam, formaram-se multidões nas ruas e nos telhados dos edifícios locais. A maioria dos espectadores gostou, mas a Polícia Metropolitana, mais preocupada com o tráfego e o ruído, resolveu acabar com aquele concerto improvisado. Os funcionários da Apple inicialmente recusaram-se a deixar a polícia entrar, mas resolveram reconsiderar quando viram que poderiam ser presos. Os Beatles continuaram tocando mais alguns minutos e pararam. Foi a última vez que os quatro foram vistos juntos em público.

E aí as coisas começaram a degringolar em uma velocidade quase que fora do controle. As preocupações passavam longe da música e se aproximavam mais da caixa-registradora. Desde que criaram a Apple Corps, os Beatles só tinham visto prejuízo. Assim, resolveram contratar um profissional para cuidar de seus negócios. E se desentenderam de vez. John, George e Ringo queriam Allen Klein, um homem de negócios durão de Nova York. Paul preferia que a empresa Eastman & Eastman, do pai e do irmão de sua noiva Linda (com quem ele se casaria em 12 de março daquele ano), cuidasse dos empreendimentos do grupo. Ninguém chegou a uma conclusão, já que os três achavam que os Eastman iriam favorecer Paul – e este tinha certeza de que Klein não daria certo.

As brigas continuaram, e mesmo com Klein conseguindo um novo e proveitoso contrato para os Beatles com a EMI, Paul não se convenceu, mesmo tendo perdido a disputa para os outros três – era a primeira vez que eles não decidiam algo em comum acordo. Muito se fala que a razão para a separação dos Beatles foi Yoko Ono. É uma dedução simplista. A banda se separou por vários motivos, e dinheiro, desgaste do relacionamento e anseios individuais foram os ingredientes mais fortes. Na verdade, Yoko apenas deu a John a segurança necessária para ele seguir um caminho que tinha mais a ver com o que desejava naquele momento. Os dois se casaram uma semana depois do casamento de Paul e Linda e partiram imediatamente para Amsterdam. Foi lá, no Hotel Hilton, que John e Yoko fizeram o primeiro de seus famosos “bed in”. Durante sete dias, os recém-casados ficaram deitados na cama, clamando pela paz mundial. O lado ativista de John Lennon estava com o nervo à mostra – em novembro, ele devolveria para a rainha sua medalha de Membro da Ordem do Império Britânico.

O impressionante é que, em meio a todas essas pendengas, com uma convivência quase impossível e projetos individuais em andamento, eles tenham criado Abbey Road. O disco seria, efetivamente, o último dos Beatles – Let it be, novo nome do projeto Get back, só ganharia na cronologia, sendo lançado em 1970, mas era trabalhado e abandonado sistematicamente desde janeiro de 1969.

Lançado em 26 de setembro, Abbey Road foi o 12º álbum dos Beatles e, entre tantos méritos, apresenta a capa com uma das imagens mais fortes e reproduzidas do rock. Não há fã dos Beatles que não queira tirar uma foto atravessando a faixa de pedestres (ou zebra line, em inglês) em frente aos estúdios da EMI.

O LP é considerado o mais bem acabado de todos e um dos mais cuidadosamente produzidos (comparável somente a Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band). Sua estrutura foi bastante pensada e discutida, e as visões discordantes dos integrantes da banda, dessa vez, só contribuíram para a riqueza da criação final. Era quase como nos velhos tempos. E só surgiu exatamente por essa razão: Paul queria fazer um álbum como antigamente, “como fazíamos antes”, disse ao produtor George Martin. Martin pensou e acabou aceitando, mas impôs condições: a banda teria que se comportar “como nos velhos tempos”, e que ele seria tratado como o “produtor dos velhos tempos” também. E assim, comportados e compenetrados, os Beatles fizeram um de seus discos mais memoráveis, criando canções como Come together, Because, Oh! Darling, You never give me your money e Golden slumbers. E, claro, Something e Here comes the sun, duas obras-primas de George Harrison – mostrando claramente que o guitarrista era um compositor de primeira linha e não precisava ficar à sombra de John e Paul. Só que tudo estava por um fio.

E esse fio foi cortado em 13 de setembro, quando John Lennon, em viagem ao Canadá para tocar com sua nova banda, a Plastic Ono Band, decidiu: estava fora. Não seria mais um Beatle.

O texto acima é o quarto da série de cinco artigos “50 Anos do Fim dos Beatles”, publicada pelo Jornal da USP. Leia nos links abaixo os três artigos anteriores.

'Hello, Goodbye' - Ou a saga dos Beatles do fim ao começo

Leia aqui o primeiro texto da série

'Hello, Goodbye' - Ou a saga dos Beatles do fim ao começo

Em 10 de abril de 1970, os Beatles acabaram oficialmente. Mas sua história é permanente, e o Jornal da USP começa agora a recontá-la.
Leia aqui

'I Feel Fine' - Ou E Assim Nasceu a Beatlemania

Leia aqui o segunto texto da série

'I Feel Fine' - Ou...E Assim Nasceu a Beatlemania

Entre 1963 e 1965, os Beatles se tornaram um fenômeno inédito, enfileirando sucessos e arrebatando fãs por todo o planeta.
Leia aqui

We can work it out – ou quando os rapazes se tornam homens

Leia aqui o terceiro texto da série.

We can work it out – ou quando os rapazes se tornam homens

Entre 1966 e 1967, os Beatles criaram dois álbuns memoráveis, desistiram de fazer shows e John conheceu Yoko Ono.
Leia aqui

Política de uso 
A reprodução de matérias e fotografias é livre mediante a citação do Jornal da USP e do autor. No caso dos arquivos de áudio, deverão constar dos créditos a Rádio USP e, em sendo explicitados, os autores. Para uso de arquivos de vídeo, esses créditos deverão mencionar a TV USP e, caso estejam explicitados, os autores. Fotos devem ser creditadas como USP Imagens e o nome do fotógrafo.