Acompanhe a entrevista da repórter Simone Lemos com a psicóloga Leila Tardivo
Recém-chegado ao Brasil, o jogo Pokémon Go já conquistou por aqui inúmeros adeptos, que deixam de lado a vida real para mergulhar nos domínios da chamada realidade aumentada. Se até os adultos já se deixaram conquistar pela novidade, que dirão então as crianças, sempre dispostas a incorporarem o lúdico em suas atividades diárias, principalmente quando esse lúdico é entregue sob a rubrica “última novidade tecnológica”?
Ocorre, porém, que, como todo jogo que implica risco de se tornar compulsivo, o Pokémon Go também necessita algum controle por parte dos pais e responsáveis. A advertência é da professora Leila Tardivo, do Departamento de Psicologia Clínica do Instituto de Psicologia da USP. Ela lembra que esse tipo de jogo pode desenvolver uma atividade compulsiva (quanto mais se joga, mais se quer jogar), o que pode ser muito estressante para crianças ansiosas, por exemplo. É preciso evitar que isso aconteça, apelando para um controle mais sistemático do comportamento da criança.
Aspecto psicológico à parte, por se tratar de um jogo que exige certa movimentação de quem o manipula, existe ainda o perigo mais imediato de riscos de acidentes, o que redobra a importância do monitoramento. Afinal de contas, ninguém vai querer que as crianças saiam às ruas à cata de pokémons e corram o risco de ser atropeladas. Além do mais, é preciso desviar a atenção da criança para interesses que são inerentes ao seu universo, como fazer as lições de casa e realizar atividades físicas.
Nem tudo deve ser visto pelo lado mais negativo, no entanto. A professora Leila argumenta que o Pokémon Go apresenta alguns aspectos positivos, como a capacidade de estimular a concentração da criança. É vital, contudo, que haja prevenção no sentido de evitar excessos e de transformar um simples entretenimento em um comportamento compulsivo.