Poluição do ar mata milhões de pessoas no mundo, segundo OMS

Pedro Luis Côrtes também diz que mudanças climáticas não estão na agenda prioritária de governos, o que compromete qualidade de vida

 13/03/2020 - Publicado há 4 anos     Atualizado: 11/04/2020 as 11:51

A devida atenção dada à pandemia do coronavírus está ofuscando outras doenças que já existem e situações ambientais que provocam mais e mais mortes por períodos contínuos. A própria poluição do ar e a falta de saneamento básico acentuam esses problemas. Na sexta-feira, 13, o Jornal da USP no Ar conversou com Pedro Luiz Côrtes, professor da Escola de Comunicações e Artes (ECA) e do Programa de Pós-graduação em Ciência Ambiental do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da USP.

“Temos um nível de letalidade maior em outras doenças e isso escapa da nossa atenção cotidiana ou é considerado uma ‘coisa usual’. Um levantamento da OMS (Organização Mundial da Saúde), feito no ano passado, calcula que, anualmente, entre sete e oito milhões de pessoas morrem no mundo, em decorrência da poluição do ar”, explica Côrtes.

De acordo com o professor, a poluição do ar atinge a todos democraticamente. Um exemplo é a capital São Paulo, que possui áreas com menor ou maior concentração de poluentes, mas que, mesmo assim, torna todas as pessoas suscetíveis aos efeitos da poluição. “Diversos estudos internacionais mostram que as faixas mais sensíveis da população que sofrem com isso são as crianças e os idosos, que hoje são classificados como categoria de risco em relação ao novo coronavírus.”

Ainda segundo Pedro Côrtes, a mobilização que o governo faz agora para a pandemia mostra que  também pode ser feita para problemas já recorrentes, como os problemas ambientais e patologias que causam mortes maior que a covid-19. “Temos uma epidemia de dengue em várias cidade brasileiras, como em Londrina, no oeste do Paraná. Isso vem sendo noticiado pela imprensa, mas parece que não está recebendo a devida atenção por parte do governo e população”. Comprometendo a qualidade de vida, o professor também ressalta a existência da preocupação em relação às mudanças climáticas, mas que isso ainda não está incluído na agenda prioritária de governos.

Ouça a entrevista completa no player acima. 


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