O cálcio é fundamental para o funcionamento adequado do organismo. A coagulação sanguínea, as contrações musculares e, até mesmo, o mecanismo de neurotransmissão dependem do minério. No entanto, seu excesso pode causar diversas doenças, como o cálculo renal. O Jornal da USP no Ar conversou com o professor Flávio Hojaij, do Laboratório de Anatomia do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina (FM) da USP e cirurgião de Cabeça e Pescoço, sobre o assunto.
Há inúmeras causas para o cálculo renal, como o excesso de ácido úrico. Outro motivo pode ser a hipercalcemia, isto é, o excesso de cálcio, decorrente de alterações anatômicas em alguma paratireoide. Com isso, a glândula começa a produzir mais hormônios que o normal, retirando o cálcio dos ossos e colocando no sangue. Em resposta, os rins “pegam” o excesso de cálcio na corrente sanguínea, deletério à saúde humana, e “jogam” dentro da via urinária. De maneira bastante simplificada, esse é o processo causador das “pedras nos rins”.
Quando o paciente tem cálculo renal em repetição é obrigatória a medida de cálcio no sangue. Se for apontado um índice elevado de cálcio e de paratormônio – o hormônio da paratireoide –, o diagnóstico de hiperparatireoidismo primário é quase certo, esclarece Hojaij. Há medidas clínicas para a doença, mas são todas temporárias. O professor explica que a intervenção cirúrgica é o tratamento padrão.
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