Em Piracicaba, restos de alimentos da lanchonete viram adubo para a comunidade

Sistema implantado pelo programa USP Recicla já reciclou pelo menos 10 toneladas de resíduos orgânicos

 10/07/2019 - Publicado há 5 anos
Compostagem é realizada em cestos aramados – Foto: Divulgação/Divisão de Comunicação Esalq

Na lanchonete do campus da USP, em Piracicaba, são servidos diariamente sucos e refeições diversas. Tudo isso gera resíduos, como cascas de frutas e legumes, além do que sobra no prato dos usuários. Desde junho do ano passado, esses restos têm sido encaminhados para compostagem e transformados em adubo, em um processo que reduz o volume de lixo no ambiente, devolve os nutrientes para o ciclo natural e evita o acúmulo de resíduos em aterros e lixões.

A iniciativa é do Programa USP Recicla do campus, que adotou o modelo de compostagem estática em cestos aramados. Eles têm um tudo de PVC com furo ao centro para proporcionar a aeração e permitir o processo de decomposição do lixo orgânico. Há diversas outras técnicas de compostagem, adequadas a diversas necessidades – desde pequenas quantidades produzidas em um apartamento até maiores, em escala industrial.

Desde junho do ano passado, os estagiários do USP Recicla recebem dos funcionários da lanchonete de três a cinco baldes de resíduos orgânicos por dia, aproximadamente. O material é pesado e encaminhado para a compostagem.

São manejadas simultaneamente duas composteiras. A primeira para cítricos (como laranjas e limões) e a segunda para os restos de alimentos em geral. “Na composteira de cítricos, é utilizado um complemento com cal, por se tratar de um resíduo ácido, buscando a neutralização. A partir do momento em que as composteiras ficam lotadas, são instaladas outras e estas primeiras são fechadas com um sombrite [tipo de tela] para que ocorra a decomposição dos resíduos”, explica a coordenadora do USP Recicla, Ana Meira.

Para organizar o processo, a equipe conta com a ajuda do Grupo de Estudos e Pesquisas em Aproveitamento de Resíduos Agroindustriais (Cepara) da Esalq.

Segundo Ana, estima-se que durante um ano de atividade já foram compostados pelo menos 10 toneladas de resíduos orgânicos, incluindo folhas do campus, gerando cerca de três toneladas de compostos. “Além de evitar que esses resíduos sejam encaminhados para aterro e otimizar recursos, esse processo contribui para a educação ambiental da comunidade, responsabilidade e exemplo de prática de gerenciamento que pode ser desenvolvida nas residências.”

Os compostos gerados pela reciclagem dos resíduos são distribuídos entre os funcionários da lanchonete e a comunidade do campus – Foto: Divulgação/Divisão de Comunicação Esalq

Os sacos de compostos gerados pela compostagem foram distribuídos primeiramente para os funcionários da lanchonete, como forma de valorizar a disposição e a responsabilidade ambiental da equipe. Este adubo também vem sendo distribuído para a comunidade do campus.

“O contrato com a lanchonete terceirizada também prevê o cuidado com outros itens ambientais, tais como o uso de materiais duráveis ao invés de descartáveis para evitar a geração de resíduos, uso consciente de água, entre outras ações de sustentabilidade socioambiental”, lembra Ana Meira.

No Brasil, a maioria dos resíduos é disposta em “lixões” ou aterros controlados, causando impactos negativos ao meio ambiente, saúde e impedindo que esses materiais voltem ao ciclo produtivo. Ao menos 50% dos resíduos produzidos dentro de casa são orgânicos. Em Piracicaba, segundo o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, mais de de 45% dos resíduos orgânicos são enviados para aterros.

Mais informações: e-mail recicla.esalq@usp.br

Adaptado de Caio Albuquerque, da Assessoria de Comunicação da Esalq


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