Encontro internacional discute o compromisso social das universidades

Após o encontro, dirigentes divulgaram documento com propostas para ampliar a inserção das universidades na sociedade

 10/06/2019 - Publicado há 5 anos
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45 reitores de instituições de 23 países participaram de mesas-redondas e discussões sobre o lugar das universidades na sociedade – Foto: Körber-Stiftung/Claudia Höhne

Entre os dias 5 e 7 de junho, o reitor da USP, Vahan Agopyan, participou da terceira edição do Conselho Global de Líderes de Universidades, realizado na cidade de Hamburgo, na Alemanha.

O evento, que é bianual, foi promovido pela Conferência dos Reitores Alemães, pela Fundação Körber e pela Universidade de Hamburgo, dentro das comemorações de seu centenário. O encontro reuniu 45 reitores de instituições de 23 países, como Austrália, Índia, Japão, Canadá, Nigéria, África do Sul, Estados Unidos, Polônia e Taiwan, que participaram de mesas-redondas e discussões sobre o tema O Lugar das Universidades na Sociedade. Os debates tiveram como base um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Oslo e patrocinado pela Fundação Körber.

“Essa pesquisa destacou o afastamento das universidades da sociedade nas últimas décadas, que resultou na incompreensão do papel dessas instituições pela população, colocando em discussão sua missão e a legitimidade de sua atuação”, explicou Agopyan.

Como resultado do encontro, os reitores subscreveram e divulgaram a declaração Reconstruindo a Universidade – Relações com a Sociedade, em que são levantados aspectos e ações a serem desenvolvidas em relação à responsabilidade social das instituições.

De acordo com o documento, “nenhuma sociedade é homogênea. Há diferenças e desigualdades entre os grupos, bem como entre os indivíduos. Diferentes vertentes da sociedade têm diferentes reivindicações sobre as universidades, o que afeta o acesso à educação, as ênfases curriculares e os benefícios pessoais e sociais decorrentes do ensino e da pesquisa. Essas reivindicações produzem tensões desconfortáveis, mas também produtivas entre as universidades e a sociedade”.

A declaração dos reitores também apresenta recomendações sobre o tema – dentre elas, a de que “a autonomia das universidades para definir sua missão e perfil e estabelecer metas e objetivos para sua tarefa acadêmica é uma pré-condição crítica para sua própria existência. Isso não é licença para isolamento. Buscar e manter um bom equilíbrio entre independência, preferências políticas e expectativas dos parceiros da sociedade são responsabilidade de todos os envolvidos”.

“Como proposta, foi colocada a necessidade de que as instituições ampliem sua atuação na chamada terceira missão, além do ensino e da pesquisa – o que, em nosso país, as universidades denominam como ‘cultura e extensão’. Na verdade, está se propondo uma atuação mais organizada e planejada, para que a presença das universidades possa ser mais bem sentida pela sua comunidade”, afirmou o reitor da USP.

Segundo ele, “foi bom perceber que a USP já se antecipou e vem se preocupando com esse fato, tendo já implantado várias iniciativas e buscando se apresentar mais adequadamente ao meio externo”. Agopyan ressaltou que outras propostas foram discutidas e deverão ser analisadas, quanto à sua pertinência e aplicabilidade na USP, pela Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária.


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