Para geógrafa, agronegócio é insustentável

Em entrevista, professora da Universidade Federal de Goiás (UFG) critica o modelo e alerta para consequências ambientais

 22/05/2019 - Publicado há 5 anos     Atualizado: 28/04/2020 as 13:33
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Foto: Agência Brasil

O programa Ambiente É o Meio desta semana recebe a professora Helena Angélica de Mesquita, da Universidade Federal de Goiás (UFG), para falar sobre o agronegócio no cerrado brasileiro.

Para a professora, estudiosa das questões agrárias no Brasil, “o cerrado é muito mais do que é mostrado para nós e ele vem sendo destruído sistematicamente pelo agronegócio e hidro-agronegócio, gerando impactos que não podemos dizer se serão ou não revertidos”. A preocupação, assegura, é devida à importância da diversidade dos biomas do cerrado, somada aos rios que formam as bacias hidrográficas da América Latina.   

Como exemplo dos impactos do agronegócio, Helena afirma que, na medida em que o agronegócio homogeneiza a paisagem, é criado um ambiente hostil para espécies de polinizadores, prejudicando os ecossistemas. “Imaginemos nós um ambiente sem polinizadores. O resultado disso seria uma devastação ambiental sem precedentes. Essa perda seria incalculável”.

Além dos polinizadores, Helena cita preocupações como a utilização de barragens no cerrado. “Além de impedirem o curso dos rios, não são eficientes.” Segundo a professora, na medida em que essas represas “afogam” as nascentes, passam a ser sustentadas apenas pela água da chuva; porém, em períodos de seca, caem os níveis da água, interrompendo a produção de energia. “É um modelo insustentável do ponto de vista ecológico, humano e ambiental. É um modelo essencialmente insustentável porque as consequências deles serão dramáticas daqui a 40, 50 anos.”    

Ambiente É o Meio é uma produção da Rádio USP Ribeirão Preto em parceria com professores da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP e Programa USP Recicla da Superintendência de Gestão Ambiental (SGA) da USP.

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