Educação, maior atenção e gentileza previnem acidentes de trânsito

Médico diz que Maio Amarelo trata de um problema pessoal, social e das autoridades que lidam com a questão da saúde

 14/05/2019 - Publicado há 5 anos
Por

jorusp

Foto: Lord Jim via Visual Hunt

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O Maio Amarelo é um movimento organizado para a conscientização e prevenção de acidentes de trânsito, chamando a atenção da sociedade, de entidades, de empresas e do governo para o alto índice de feridos e mortos. A ONU fala em poupar 5 milhões de vidas até 2020. De acordo com a campanha, 3 mil mortes são registradas todos os dias em ruas e estradas pelo mundo, representando um custo de US$ 518 bilhões por ano. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2009 foram registradas 1,3 milhão de mortes causadas por acidentes de trânsito em 178 países, sendo a principal causa de morte para jovens de 15 a 29 anos. O Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital da Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina (FM) da USP promove ações neste mês, com o tema: No trânsito, o sentido é a vida.

A conscientização depende de cada um de nós, individualmente. “O nosso comportamento no trânsito é que é fundamental para que ocorra uma diminuição no número de acidentes, do número de óbitos e do número de feridos”, afirma Jorge dos Santos Silva, diretor clínico do Instituto de Ortopedia e Traumatologia (IOT) da Faculdade de Medicina da USP. No Brasil, há uma queda no número de mortes por acidentes de trânsito. Em 2014, foram quase 44 mil óbitos. Três anos depois, em 2017, foram cerca de 34 mil.

“Apesar de a gente estar tendo diminuição do óbito, está tendo mais gente internada”, alerta o diretor. Foram 123 mil internações motivadas por acidentes em 2014. Em 2018, 134,5 mil. Acidentes, que vão desde atropelamento até colisões com motocicleta, são muito trabalhosos e envolvem toda a família. A grande maioria dos pacientes demora para retornar para sua vida produtiva. “É um paciente jovem, produtivo, que deixa de ganhar. É realmente um problema pessoal, social, e das autoridades que lidam com a questão da saúde.”

Para Silva, a educação e uma maior gentileza são fatores que contribuem muito para a diminuição de vítimas de trânsito. Relatar que o consumo de álcool e direção não combina também é importante, visto que “temos motoristas que consomem drogas ilícitas, enquanto estão trabalhando, para continuarem acordados”. O especialista também cita o uso de celular, e enfatiza: “Nada que tire a nossa atenção e nosso foco em dirigir deve ser utilizado”.

O Hospital das Clínicas (HC) da USP realiza uma ação no Maio Amarelo, em frente ao Instituto de Ortopedia e Traumatologia, que é um local com grande movimento de carros. Os funcionários do instituto colocam um uniforme com o lema No trânsito, o sentido é a vida e ajudam os pedestres a atravessarem a rua na faixa específica para isso. “Um objetivo é educar a população que está circulando dentro do hospital”, conta Silva, que complementa: “Nossos colaboradores adoram participar. Quando termina o Maio Amarelo, eles ficam: ‘Nossa, não dá para a gente continuar?’ Eles estão engajados nisso também”.


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