Em pesquisa realizada na Faculdade de Educação (FE) da USP, a musicista e pesquisadora Maria Teresa Loduca avaliou a introdução do “tambor africano” em salas de aulas de escolas públicas, com alunos do primeiro grau. Num processo denominado “docência” compartilhada, Maria Teresa inseriu no cotidiano de duas escolas o tambor africano. A pesquisa Música negra na escola, um estudo sobre a ressonância dos tambores nas relações intersubjetivas, teve a orientação da professora Mônica do Amaral, da FE. O trabalho consistiu em elaborar previamente as aulas junto às disciplinas teóricas, como português, história, matemática, etc. “Tivemos então duas professoras atuando durante as aulas”, contou a pesquisadora aos Novos Cientistas desta quinta-feira (28).
Durante três anos, a pesquisadora frequentou o grupo de estudos da professora Mônica Amaral antes de iniciar o seu mestrado. Nesse contexto, ela foi acolhida por pesquisadores de outras linguagens, como o hip-hop, capoeira e teatro negro. O objetivo maior da pesquisa, segundo a musicista, é o cumprimento da LDB, artigo 26 A, cumprimento da Lei 10.6393 e o ensinamento das culturas africanas e afro-brasileiras na escola. Afinal, em sua experiência na prática, ela pôde constatar atitudes discriminatórias em relação à cultura negra, tanto de estudantes quanto de professores, de modo geral. “Alguns alunos estranharam, mas outros se divertiram!”
O podcast Os Novos Cientistas vai ao ar toda quinta-feira, às 8 horas, dentro do Jornal da USP no Ar, que é apresentado diariamente pela jornalista Roxane Ré (das 7h30 às 9h30) na Rádio USP FM (93,7 MHz).
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