Evandro Carlos Jardim conta a história da arte da gravura

Nesta quarta-feira, dia 20, às 14 horas, o artista e mestre se apresenta na Biblioteca Brasiliana da USP

 18/02/2019 - Publicado há 5 anos
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O artista em seu ateliê: “A gravura está na origem da arte”, diz Evandro Carlos Jardim 
Foto: Marcos Santos/USP Imagens.

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Sensibilidade de artista e experiência de mestre estão na trajetória de 62 anos dedicados à criação e ao ensino da gravura brasileira. Uma história de muitas imagens que Evandro Carlos Jardim vai contar, nesta quarta-feira, dia 20, às 14 horas, na Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin (BBM) da USP. Será uma aula especial, com entrada gratuita, em que o gravador, pintor e professor da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP fará também reflexões sobre a importância da gravura na arte contemporânea brasileira.

 

Evandro Carlos Jardim: trajetória de 62 anos dedicados à arte e ao ensino da gravura – Foto: Marcos Santos / USP Imagens

 

O evento integra a programação da exposição São Queiroz: Litografia e Enigma, em cartaz na BBM até 28 de fevereiro. “Fizemos questão de convidar Evandro Jardim porque é uma referência no ensino da gravura na USP e em universidades do Brasil e do exterior”, observa Luiz Armando Bagolin, curador da mostra e professor do Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) da USP. Importante destacar também que o artista é um dos mais significativos expoentes da gravura do século 20, ao lado de Marcello Grassmann, Livio Abramo, Renina Katz, Regina Silveira e muitos outros. Renina e Regina também são docentes da USP.

Obras da artista luso-brasileira São Queiroz – Foto: Cecília Bastos / USP Imagens

 

Jardim lembra que a gravura está na origem da arte. “É uma das primeiras manifestações humanas de comunicar algo, de reter e passar o acontecido. E isso aconteceu no corte, na pedra dura, nos ossos. Importante destacar que a gravura continua se manifestando em todas as áreas do conhecimento.”

Na aula, o professor vai falar sobre a gravura contemporânea, que, segundo ele, mesmo com as alterações provocadas pela globalização, a revolução na comunicação promovida pela internet e as reformulações de cada época, “não sofre mudanças na sua natureza interior”. Ressalta que a sua importância está em todos os caminhos da arte e permanece atual. “A gravura continua sendo visitada pelas reformulações de cada época, que não invalidam o seu princípio. A sua substância está aberta. Não podemos ser radicais. Uma obra de arte é algo absolutamente livre no tempo e no espaço e não podemos ficar presos às tendências.”

Exposição traz álbuns de artistas viajantes que estiveram no Brasil no século 19 – Foto: Cecília Bastos/ USP Imagens

 

Certo da plenitude da gravura e de que a arte é uma manifestação externa de uma necessidade interior, Evandro Carlos Jardim, aos 83 anos, continua desenhando, pintando, gravando e incentivando os jovens artistas. Uma história para ouvir, aprender e apreciar.

Os álbuns dos viajantes eram uma forma de o público viajar sem sair do lugar. Um outro jeito de conhecer o Novo Mundo.”

A mostra São Queiroz: Litografia e Enigma é a primeira de uma série de exposições apresentada no Complexo Brasiliana para divulgar os acervos da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin e do IEB. “As Brasilianas são coleções que têm como tema especificamente o Brasil, seja em forma de livros, desenhos, artes”, explica o professor e curador Luiz Armando Bagolin. “Nesta exposição, selecionamos os álbuns dos viajantes que estiveram no Brasil no século 19. Para o público da época, era uma forma de viajar sem sair do lugar. Um outro jeito de conhecer o Novo Mundo.”

O professor Luiz Bagolin, curador da mostra: diálogo das obras da artista São Queiroz com as Brasilianas – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

A exposição apresenta cerca de 40 litografias e monotipias, nunca antes disponíveis ao público. “São obras recentes da artista luso-brasileira Conceição Queiroz, mais conhecida por São Queiroz, que dialogam com obras raras e especiais do acervo fixo da BBM”, explica o curador  Bagolin. “Nesse sentido, a artista São Queiroz seria hoje o que os historiadores do século 20 nomearam para alguns pintores do século 19: uma ‘artista viajante’.”

O curador pretende divulgar as Brasilianas. “Uma das formas que encontramos é convidar artistas contemporâneos, que não circulam no ambiente acadêmico, para dialogar com as obras históricas”, conclui.

O artista e professor Evandro Carlos Jardim apresenta, nesta quarta-feira, dia 20, às 14 horas, uma aula especial sobre a gravura na arte contemporânea. O evento integra a exposição São Queiroz: Litografia e Enigma, em cartaz até o dia 28 de fevereiro, com visitação de segunda a sexta, das 8h30 às 18h30, na Sala Multiuso da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin (BBM) da USP (Rua da Biblioteca, 21, Cidade Universitária, em São Paulo). Entrada grátis. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (11) 2648-0310 ou no site da BBM.

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