Docente da USP integra nova comissão da prestigiada revista “The Lancet”

Especialista revela que a comissão estudará a sinergia entre cobertura, segurança e promoção da saúde

 01/10/2018 - Publicado há 6 anos

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A revista The Lancet é uma das mais prestigiadas do mundo e de maior impacto na área da saúde. A docente da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, Deisy de Freitas Lima Ventura, integra a nova comissão da revista e acaba de voltar de Londres, onde participou da primeira reunião desse grupo de trabalho. A comissão é composta de 24 especialistas de diferentes partes do mundo e tratará da sinergia entre cobertura universal da saúde, segurança da saúde e promoção da saúde.

Deisy conta que são poucos os brasileiros que participam ou participaram dessas comissões da revista The Lancet, e que está muito feliz em ter sua produção científica reconhecida em um tema tão importante para o Brasil. Ela diz que é uma oportunidade rara, na qual buscará apresentar a posição do País, bem como a produção acadêmica da USP e de outras universidades brasileiras que trabalhem o tema.

Foto: Reprodução / The Lancet

Mas o que são, de fato, e como funcionam essas comissões? Deisy explica que costuma ler os relatórios publicados pelas comissões da The Lancet, mas que o processo é pouco conhecido. Em sua comissão, serão dois anos de trabalho conjunto, além de uma coordenação para a comissão, que será assegurada pela London School of Hygiene and Tropical Medicine (Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres), no Reino Unido; pelo Instituto de Saúde Global de Heidelberg, na Alemanha; e pelo Instituto de Saúde Pública da Noruega. Os acadêmicos presentes, dos mais diversos países, fizeram uma primeira reunião em Londres e seguem trabalhando e discutindo temas, com o intuito de realizar tarefas que foram divididas entre os membros, para que, em dois anos, possam apresentar um relatório que consista essencialmente num conjunto de sugestões para os financiadores da saúde global, como governos, organizações não governamentais e a iniciativa privada.

Deisy conta ainda que houve um crescimento vertiginoso no investimento internacional em cooperação e saúde ー passou de US$ 7 bilhões, em 1990, para mais de US$ 37 bilhões, em 2017, um crescimento de quase 400%. Os grandes financiadores são países desenvolvidos, mas também o setor privado. Ela ressalta, no entanto, que a importância da pesquisa vem do fato de haver um antagonismo entre cobertura, segurança, e promoção da saúde. Por vezes, o investimento em uma gera impactos negativos em outra, e por isso a comissão busca maximizar a sinergia entre eles. Por fim, a professora lembra que os agentes comunitários de saúde no Brasil são considerados exemplos de sinergia entre essas três grandes agendas internacionais. Um exemplo foi o caso do zika vírus, em que o Brasil, com seu Sistema Único de Saúde (SUS), foi capaz de identificar, antes de quaisquer outros países, a relação entre a infecção da doença com o nascimento de bebês com microcefalia.

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