Os investimentos brasileiros persistem em nível baixo em 2018. Medido pelas contas nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o investimento mal superou os 16% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro semestre. O Jornal da USP no Ar conversou com o professor Gilson Garófalo, de MBA da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP, sobre os motivos desses níveis continuarem baixos e a perspectiva de investimento no futuro.
O especialista explica que a falta de recursos do governo, juntamente com os baixos índices de confiança da população e empresariado, por conta da instabilidade do cenário do Brasil, e a falta de um marco regulatório impossibilitam que os investimentos decolem. Ainda faz uma previsão: o panorama não tende a mudar antes do final do primeiro semestre de 2019, quando uma nova perspectiva pode começar a ser formada.
A única saída atual das empresas é focar seu investimento em títulos públicos, que remuneram adequadamente mesmo com a deficiência de caixa do Tesouro Nacional, segundo Garófalo. A insegurança é responsável pela escolha cômoda, já que o País enfrenta quase 14 milhões de desempregados e cerca de 40% dos brasileiros estão endividados. Diante dos números, não há motivo para investir em um mercado consumidor incapaz de receber a aplicação de capital.
O professor comenta ainda sobre a taxa de câmbio, que beneficiou o setor industrial quando estava baixa. Porém, a situação também ocasionou a fuga de capital do Brasil, com a busca de melhores oportunidades em outros países. O câmbio é responsável por grandes consequências no âmbito nacional, pois, além de controlar o preço, influencia na demanda do mercado interno. A fim de melhorar todo o cenário, Garófalo afirma que as reformas tributária, previdenciária e administrativa são necessárias para incentivar o ritmo de investimento.
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