Assombrada pelo fantasma da imigração, teve início nesta quinta-feira, em Bruxelas, a reunião de cúpula da União Europeia, a qual, no entender da professora Marília Fiorillo, será decisiva para o futuro da UE. “Ou ela sai fortalecida, ou quebrada.” Os países-membros encontram-se divididos e polarizados em torno do tema da imigração, tanto que a chanceler alemã Angela Merkel definiu o encontro como um momento-chave de construir ou destruir. Já o presidente francês Emmanuel Macron foi ainda mais longe: acusou de leprosa a onda de nacionalismos de direita que desejam bloquear a entrada de imigrantes, construindo um muro de vigilância na costa mediterrânea e empurrando os refugiados para – na falta de um termo melhor – “campos de espera”, na costa líbia.
Na liderança dos que primam pelo sentimento anti-imigração, desponta o primeiro-ministro italiano Giuseppe Conte, o mesmo que recusou o desembarque de 630 refugiados de um navio de resgate de passageiros. “O interessante é que o número de refugiados que buscam a Europa este ano caiu muito comparado aos anos passados”, observa a colunista. Ponto para os xenófobos de direita e seus discursos nacionalistas. Como se a xenofobia já não fosse suficiente, causa espanto a ideia da criação de centros de “escaneamento” de refugiáveis, isto é, refugiados desejáveis.
Marília diz que a Itália não está sozinha nesse empreendimento xenófobo, tendo a companhia de Áustria, Hungria, Eslováquia, República Tcheca e Polônia, firmes em sua política alarmista e isolacionista.”Curioso: os ex-integrantes da Cortina de Ferro, que viveram tantos anos sob o jugo soviético, são os primeiros a dizer não aos estrangeiros.”
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