Centro de Reciclagem de Lixo Eletrônico começa a atender público externo

A partir desta quinta-feira, 1º de abril, o Centro de Descarte e Reuso de Resíduos de Informática (Cedir) do Centro de Computação Eletrônica (CCE) da USP começa a receber peças e equipamentos de informática e eletroeletrônicos obsoletos da população.

 01/04/2010 - Publicado há 14 anos
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Materiais e equipamentos coletados

A partir desta quinta-feira, 1º de abril, o Centro de Descarte e Reuso de Resíduos de Informática (Cedir) do Centro de Computação Eletrônica (CCE) da USP começa a receber peças e equipamentos de informática e eletroeletrônicos obsoletos da população.

O objetivo do Cedir é executar práticas de reuso, descarte e reciclagem de lixo eletrônico, que incluem bens de informática e telecomunicações. Este Centro foi inaugurado em 17 de dezembro do ano passado e priorizou o tratamento de lixo eletrônico da própria Universidade nestes primeiros meses de operação.

Até o momento, segundo cálculos do Cedir, foram coletados, respectivamente, em janeiro e fevereiro, 3 e 5 toneladas de peças e equipamentos de informática. Durante o plano-piloto, que aconteceu em junho de 2008 no CCE, entre os próprios funcionários da Unidade, foram coletados, em apenas um dia, aproximadamente 5,2 toneladas de peças e equipamentos de eletroeletrônicos obsoletos.

O Cedir está instalado em um galpão de 400 metros quadrados, com acesso para carga e descarga de resíduos, área com depósito para categorização, triagem e destinação de 500 a mil equipamentos por mês. Este projeto, coordenado pela diretora do CCE,Tereza Cristina Melo de Brito Carvalho, foi desenvolvido em parceria com dois programas do Massachussetts Institute of Technology (MIT S-lab – Sustentabilidade e MIT L-Lab – Liderança).

Segundo pesquisa do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), divulgada em fevereiro deste ano, o Brasil tem a maior produção per capita de lixo eletrônico – meio quilo – vindo de computadores, entre 11 países emergentes em desenvolvimento (Quênia, Uganda, Senegal, Peru, Índia, China, África do Sul, Marrocos, Colômbia e México).

Segunda etapa do processo de funcionamento

No país, os principais lugares usados para descarte têm sido os lixões, onde os equipamentos e peças de informática acabam contaminando o solo e os lençóis freáticos, além de expor os catadores às substâncias químicas altamente tóxicas como chumbo, cádmio, mercúrio, entre outros.

O propósito principal do Cedir é garantir que os resíduos de informática possam passar por processos que impeçam seu descarte na natureza e garantam seu reaproveitamento na cadeia produtiva, por isso, os equipamentos e peças que ainda estiverem em condições de uso serão avaliadas e enviadas para projetos sociais.

Funcionamento

Segunda etapa do processo de funcionamento

O Cedir opera seguindo três etapas. A primeira etapa é a da coleta e triagem. Durante a recepção das peças e equipamentos é avaliada a possibilidade de reaproveitamento. Em caso positivo, são encaminhados para projetos sociais. Os equipamentos que não tenham condições de serem reaproveitados são encaminhados para a segunda etapa, de categorização. Nessa etapa, tais equipamentos são pesados, desmontados e separados por tipo de material, como plásticos, metais, placas eletrônicas, cabos etc. Por último, os materiais categorizados são armazenados até o recolhimento por empresas de reciclagem devidamente credenciadas pela USP e especializados em materiais específicos, como plástico, metais ou vidro.

Capacitação

Segundo a coordenadora do Projeto, Tereza Carvalho, há duas grandes dificuldades para a realização do trabalho de reciclagem de lixo eletrônico no Brasil: o fato do “material ser sujo”, ou seja, todos os equipamentos eletrônicos são compostos de materiais diferentes, o que dificulta a separação dos vários tipos de plásticos, os metais ferrosos e não-ferrosos nos computadores, por exemplo; e o fato das empresas só aceitarem receber os materiais para reciclagem a partir de quatro toneladas, em geral.

Como a demanda de trabalho tem sido grande, a partir do segundo semestre, o Cedir  pretende contratar e capacitar jovens aprendizes de 16 a 18 anos, de comunidades carentes próximas à Cidade Universitária no Butantã, para atuar no projeto aprendendo a separar os materiais de informática para reciclagem, para poderem trabalhar em empresas do ramo de informática, tecnologia.

A contratação será feita através do Laboratório de Sustentabilidade da Escola Politécnica, Unidade da qual a coordenadora Tereza é professora. “O projeto do Cedir é pioneiro não só no Brasil, mas também no mundo”, afirma Tereza. Ela revela que muitas universidades de outros Estados do país têm procurado o Centro para implantar este projeto em suas unidades, o que acontece, de acordo com a professora, por causa das legislações diferentes envolvendo o tema.

Além das universidades, também empresas do varejo e de reciclagem têm procurado o Centro para estabelecer futuras parcerias.

Concurso

Para divulgar a importância da reciclagem do lixo eletrônico, o Cedir lançará neste mês de abril um concurso para escolher um logotipo para o Centro, aberto a estudantes de graduação da área de design e informática de todo o país. Os ganhadores receberão um lap top e dois netbooks.

Entrega do lixo eletrônico

Para o recebimento do lixo eletrônico, é preciso agendar a entrega por meio do Help Desk, pelos telefones 11-3091 6454/6455/6456 – de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h ou pelo e-mail consulta@usp.br.Mais informações podem ser obtidas através do e-mail cedir.cce@usp.br

(Fotos: Ernani Coimbra)


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