Estudo multicêntrico sobre zika avaliará mães e bebês até completarem um ano

Projeto financiado pelo NIH, dos EUA, vai monitorar 10 mil mães e seus bebês pelos próximos dois anos nas Américas Central e do Sul

 30/06/2016 - Publicado há 8 anos     Atualizado: 25/07/2016 às 15:33
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O médico Geraldo Duarte – Foto: Divulgação

Os riscos do zika vírus para mães e bebês são o alvo de estudo multicêntrico que começa em Ribeirão Preto, Recife, Rio de Janeiro e Salvador e outras cidades na Colômbia, Guatemala, Nicarágua e Porto Rico.

É o Estudo Internacional de Coorte Prospectivo Observacional do Zika em Crianças e Gestantes (estudo ZIP) que vai acompanhar, ao todo, dez mil gestantes do início da gravidez (com menos de 12 semanas) até o parto e os recém-nascidos, por pelo menos até um ano de vida. Somente em Ribeirão Preto, mil dessas mães serão selecionadas para o estudo. A condição para participar é, além de estarem no início da gestação, nunca terem sido diagnosticadas com o zika.

Conta o professor do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, Geraldo Duarte (foto), coordenador do trabalho em Ribeirão Preto, que o objetivo é encontrar respostas para as muitas dúvidas que a relação gestação e zika vírus apresenta. As mães passarão por exames de “sangue, urina, saliva e ultrassonografias”. As amostras de saliva e urina serão coletadas a cada 15 dias e as ultrassonografias, “ao longo da gestação para detectar precocemente alterações fetais, dentre elas a microcefalia”. Ao nascer, coletarão amostras de líquido amniótico e de sangue dos recém-nascidos e a placenta também passará por avaliação específica para detecção do vírus.

Todos os procedimentos científicos e clínicos, em Ribeirão Preto, serão desenvolvidos no Complexo Hospitalar do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP) da USP. Após o nascimento, todas as crianças serão acompanhadas por equipe coordenada pela professora do Departamento de Puericultura e Pediatria da FMRP, Marisa Márcia Pinhata.

A coordenação geral do projeto é do National Institute of Health (NIH), dos Estados Unidos. No Brasil, é da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O investimento dessas instituições, adianta o professor Duarte, pode responder a questões que o mundo espera, como “a infecção assintomática pode comprometer o feto; qual a frequência dessa forma de zika em gestantes; qual o tempo entre a infecção e o aparecimento da microcefalia”.

Mais informações: email: gduarte@fmrp.usp.br

Por: Rita Stella


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