Pesquisa premiada relaciona distúrbio do sono e fissura labiopalatina

Indivíduos com fissura labiopalatina, má oclusão e apneia do sono têm via aérea superior significativamente menor

 09/01/2018 - Publicado há 6 anos
Pesquisa foi realizada no Laboratório de Fisiologia do Hospital de Reabilitação do HRAC em parceria com a University of North Carolina – Foto: Adauto Nascimento / USP Imagens

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Um estudo realizado por pesquisadores do Laboratório de Fisiologia do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC/Centrinho) da USP em parceria com a University of North Carolina (UNC), de Chapel Hill, nos Estados Unidos, foi premiado no
16º Congresso Brasileiro do Sono, realizado no fim do último ano em Joinville (SC), e promovido pela Associação Brasileira do Sono.

O objetivo do estudo foi avaliar tridimensionalmente a via aérea superior de indivíduos com fissura labiopalatina e má oclusão de Classe III (quando há um posicionamento mais anterior da mandíbula em relação à maxila) e correlacionar os achados com a ocorrência de apneia obstrutiva do sono – paradas respiratórias transitórias durante o sono, cujos sintomas incluem ronco alto e sensação de cansaço ao longo do dia.

Os resultados mostraram que os indivíduos com fissura, má oclusão e apneia têm uma via aérea superior significativamente menor do que indivíduos sem apneia, especialmente na região da orofaringe.

Anomalia congênita na face, a fissura labiopalatina é caracterizada por uma fenda no lábio, palato (céu da boca) ou em ambos. Pode causar complicações como problemas de alimentação, fala, audição e infecções nos ouvidos – Foto: Divulgação / HRAC

Intitulado Pharyngeal Dimensions and Obstructive Sleep Apnea in Individuals with Cleft Lip/Palate and Class IIIMalocclusion (Dimensões Faríngeas e Apneia Obstrutiva do Sono em Indivíduos com Fissura Labiopalatina e Má Oclusão de Classe III), o estudo recebeu o prêmio de melhor trabalho na área clínica.

“Essa premiação foi um dos mais importantes reconhecimentos da qualidade das nossas pesquisas no Laboratório de Fisiologia”, comemora a professora Ivy Suedam, orientadora do doutorado de Leticia Campos juntamente com a professora Inge Trindade.

 

A professora Ivy Suedam, da Faculdade de Odontologia de Bauru, foi uma das orientadoras da pesquisa – Foto: Divulgação / HRAC-USP

 

De acordo com a professora Ivy Suedam, o estudo premiado é parte de um projeto maior, que tem apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). “Esse projeto avalia as vias aéreas e o sono dos pacientes com fissura labiopalatina, por meio de polissonografia e tomografia computadorizada. E o Laboratório de Fisiologia, além de dar suporte à atuação clínica do Hospital, também investiga através de pesquisa essas alterações que são comuns em pacientes com fissura labiopalatina”, explica.

 

“Outro destaque é o caráter internacional desse projeto, pois é desenvolvido em conjunto com o Centro Craniofacial e as Faculdades de Medicina e de Odontologia da UNC”, salienta a professora Ivy Suedam.

Os autores são: Leticia Dominguez Campos, doutora em Ciências da Reabilitação pelo HRAC; professora Inge Elly Kiemle Trindade, do Departamento de Ciências Biológicas da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB) da USP e da Pós-Graduação do HRAC; Marilia Yatabe Ioshida, que foi pós-doutoranda no HRAC; Sérgio Henrique Kiemle Trindade, médico otorrinolaringologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (Unesp) e pós-doutor em Medicina do Sono; professora Ivy Kiemle Trindade-Suedam, do Departamento de Ciências Biológicas da FOB e da Pós-Graduação do HRAC; e Luiz André Pimenta, Julia Kimbell, Amelia Drake, da UNC.

Assessoria de Imprensa do HRAC, com edição do Jornal da USP


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