Combater o desperdício e melhorar a gestão no uso da água. Essa é a proposta do HidroCidadão, o aplicativo vencedor do HackRibeirão, maratona de 30 horas de programação em que os competidores discutiram, pensaram e desenvolveram ideias inovadoras para a melhoria da gestão pública. O evento ocorreu no final de semana de 30 de setembro a 1º de outubro, no Supera Parque de Inovação e Tecnologia, sediado na USP em Ribeirão Preto, com 75 inscritos.
A equipe que desenvolveu o HidroCidadão é formada por Flávio Pinheiro Martins, aluno e funcionário da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (Fearp) da USP; Cynthia Melo, da Universidade Estácio de Sá; Gabriel Victor Soares Alves, da Faculdade REGES de Ribeirão Preto; Lara Medeiros Gonçalves, do Centro Universitário Moura Lacerda; e por Thiago Garcia, formado pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
A plataforma tem duas funcionalidades: a primeira é um sistema de chamados, no qual o usuário informa o vazamento na rede de água por meio de foto ou mensagem, junto com o endereço do local. Os dados são encaminhados a um gestor, que os repassa aos responsáveis pelo reparo.
A segunda funcionalidade é a possibilidade da autoleitura do hidrômetro da casa. Com uma foto do hidrômetro, o usuário consegue obter informações em tempo real do consumo em sua casa. Além disso, essa foto pode ser encaminhada automaticamente para o Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto (Daerp), que vai gerar a conta de água.
“Minha felicidade foi ver que o trabalho da equipe focou em um problema real e, mesmo com pouco tempo para desenvolver a solução, o projeto foi validado por especialistas da área de negócios, tecnologia e da gestão pública”, comenta Flávio. Os estudantes ganharam R$ 3 mil, além da oportunidade de viabilizar o projeto.
HackRibeirão
O evento foi organizado pelo Nexos, grupo de extensão da Fearp, e pelo GPublic, Centro de Pesquisa em Gestão Pública Contemporânea, ambos coordenados pelos professores Cláudia Souza Passador e João Luiz Passador, do departamento de Administração da Fearp.
Além disso contou com o apoio da Prefeitura Municipal e da Secretaria de Administração de Ribeirão Preto, da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Ribeirão Preto (Coderp), do Daerp, da Prefeitura do Campus da USP em Ribeirão Preto, do Supera Parque, da Pró-Reitoria de Pesquisa da USP e do Instituto de Estudos Avançados da USP (IEA) do campus de Ribeirão Preto, além de financiamento de várias empresas da cidade.
Segundo os criadores do HackRibeirão, os vários aplicativos criados no evento poderão gerar soluções tecnológicas para situações cotidianas em Ribeirão Preto, mas também podem ser usados em outras cidades. Para a professora Claudia, o hackathon “conseguiu gerar novas tecnologias que podem ser incorporadas pelo setor público na promoção de uma gestão pública mais eficiente com mais qualidade do gasto público, mais transparente e, ao mesmo tempo, que possam fortalecer a questão da democracia e cidadania”.
Além disso, o evento buscou preparar os participantes para a vida profissional, bem como mostrar um retorno da Universidade para a área. “Os envolvidos estarão mais preparados profissionalmente e conectados com as demandas desse mercado midiático e tecnológico. E tem a contribuição efetiva da USP na sociedade brasileira”, explica Cláudia.
Gestão pública
O GPublic é um grupo de pesquisa, extensão e ensino que estuda as tendências da gestão pública e busca levar para as salas de aula e o poder público, os resultados obtidos. Recentemente, estudos desenvolvidos por seus participantes foram implantados na gestão da própria USP em Ribeirão Preto. O grupo auxiliou os alunos de graduação a criarem, em 2016, a Nexos Gestão Pública, entidade estudantil da Fearp que tem por objetivo desenvolver projetos, em parceria com o setor público e privado de Ribeirão Preto, que visem melhorar a qualidade de vida da população da cidade e da região.
“Nós acreditamos que esse profissional do futuro, que é necessário cada vez mais para essa sociedade tão complexa em termos de competitividade e tecnologia, precisa ter uma nova relação com o ensino e a aprendizagem. E isso envolve essa orientação com a ótica de coprodução e parceria”, explica João Luiz Passador.