A economia brasileira apresenta pequenos sinais de avanços. Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no início deste mês, revelaram que o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 0,2% no segundo trimestre deste ano, graças ao comércio. Ao mesmo tempo em que o setor de serviços oferece a sensação de melhora na economia, a indústria cai e a agropecuária segue estagnada. Tais desempenhos deixam analistas preocupados com o pequeno crescimento do PIB, alertando que a recuperação da economia brasileira é frágil, se apoiada apenas no consumo de uma população que ainda enfrenta altos índices na taxa de desemprego.
O professor Márcio Issao Nakani, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP, aponta que formalmente o Brasil saiu da recessão, se considerarmos que os economistas definem que um país sai da recessão depois que apresenta dois trimestres consecutivos de crescimento do PIB — o que ocorreu com o Brasil nos dois primeiros trimestres do ano, com respectivos crescimentos de 1% e 0,2%. Mas “para além do aspecto formal”, o professor observa que “a recuperação ainda é muito fraca e pequena”, apesar de acreditar numa melhora da economia apenas contando com o setor de serviços, que contribui em 70% para o PIB brasileiro.
Segundo ele, tais setores são “importantes para sair do processo de recessão”. No entanto, para que o crescimento econômico seja “sustentável”, com taxas de crescimento do PIB por vários semestres, apenas contar com o crescimento do consumo não é suficiente. Para Nakani, uma opção é o incremento dos investimentos na capacidade produtiva de setores como a indústria e agropecuária, que podem ser opções para a saída de recessão.
Confira a entrevista, na íntegra, acima.