Remédios não são fórmulas para a felicidade

Na era das redes sociais, muitos parecem ver a tristeza como doença e recorrem precipitadamente a medicamentos

 30/08/2017 - Publicado há 7 anos

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O ciclo de seminários em comemoração aos cem anos da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP coloca em pauta, nesta semana, o diagnóstico dos transtornos mentais e seus tratamentos medicamentosos.

Para Sônia Brolio, psicóloga do Centro de Saúde Escola Geraldo de Paula Souza da FSP, há um mal-estar na sociedade quanto à pressão constante de se mostrar feliz. Nesse contexto, muitas pessoas não têm parado para refletir sobre as próprias angústias, buscando simplesmente erradicá-las. Cresce, então, a tendência de recorrer a remédios, os quais são importantes, mas não podem ser vistos como fórmulas para a felicidade, enfatiza a especialista.

Quanto aos diagnósticos, a psicóloga explica que são feitos com base em diretrizes internacionais, que descrevem centenas de quadros sintomáticos. É difícil não se identificar com pelo menos uma das classificações, considera Sônia Brolio. Portanto, o contexto de vida do paciente é fundamental nos diagnósticos.

Sobre a internação, Sônia Brolio conta que há um esforço, desde a década de 1980, no Brasil, para restringir o isolamento social aos casos realmente mais graves. Para a psicóloga, a possibilidade de permanecer em família, incluído na sociedade, pode favorecer muito mais a recuperação que o confinamento em hospitais.

A especialista ainda faz um alerta quanto à medicalização excessiva de crianças e adolescentes, com os quais, por ainda estarem em uma idade de desenvolvimento, deve-se ter um cuidado redobrado para determinar o melhor tratamento.

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