Compreensão do meio ambiente é tema do “USP Analisa”

A professora Fernanda Brando Fernandez da FFCLRP, destaca a importância do ensino de ciências para melhor entendimento do tema

 02/08/2017 - Publicado há 7 anos     Atualizado: 16/02/2018 as 14:45
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A preocupação com o meio ambiente e o relato de interferências severas na natureza, no Brasil, remontam ao século XVIII. Atualmente, não faltam informações em diferentes mídias que permitam ao cidadão e, principalmente, aos estudantes formar uma opinião sobre o tema. Mas será que, de fato, estamos compreendendo a importância de nossa relação com o meio ambiente? Para abordar o tema, o USP Analisa desta semana recebe a professora Fernanda da Rocha Brando Fernandez, do Departamento de Biologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFLCRP) da USP.

Segundo ela, a concepção clássica do termo remete basicamente às relações entre os seres vivos e os fatores abióticos, ou seja, as influências recebidas de um ecossistema, tais como a luz, a temperatura e o vento. “Mas se a gente considerar que esse entendimento vai, ao longo da história da ecologia, considerar diferentes ambientes que foram tratados por diferentes autores, a conotação do termo também vai tomando outros sentidos”.

Para Fernanda, a concepção de meio ambiente é influenciada também pelas representações sociais. Por isso, é importante trabalhar uma dimensão mais humana do conceito. “Na disciplina de Educação Ambiental que eu ministro, costumo tratar esse termo como uma discussão entre um conceito científico e uma representação social. No contexto mais atual, não faz sentido a gente restringir essa definição de meio ambiente à relação entre fatores bióticos e abióticos”.

Para melhorar o entendimento do termo e de sua importância para outros aspectos da vida da sociedade, o ensino de ciências tem um papel fundamental. “Dentro do ensino de ciências, a gente pode falar de diálogo de saberes e estamos percebendo que a dimensão do conhecimento tradicional ou popular vem sendo agregada também ao que é considerado conhecimento científico”, diz ela.

A docente cita estratégias utilizadas para que o aluno consiga ter uma dimensão maior do tema e de como ele pode estar relacionado diretamente ao seu dia a dia. “Por exemplo, aulas de campo. O aluno consegue assumir um papel no processo da aprendizagem que o torna um pouco mais protagonista porque ele está vivenciando aquele espaço. Uma aula em uma praça pública, por exemplo, pode ser motivadora, pois não só ambientes naturais sem intervenção humana são fontes de discussão”.

 

Por: Thais Cardoso, do IEARP


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