Mapa com georreferenciamento digital é um avanço para as análises cartográficas

José Donizete Cazzolato explica as características e possibilidades do mapa produzido, com aperfeiçoamentos, pelo Centro de Estudos da Metrópole da USP

 Publicado: 12/06/2024
Ao utilizar o geoprocessamento no mapa, os dados analisados podem ser separados pelas suas esferas – Arte sobre foto de Christiaan Colen – Fotomontagem Jornal da USP com imagens de: CEM-USP
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O Centro de Estudos da Metrópole (CEM) da USP disponibilizou um novo mapa cartográfico, com georreferenciamento digital e dados sobre locais e equipamentos governamentais da Região Metropolitana de São Paulo. Com 738 pontos geolocalizados nos 39 municípios que compõem a região, o mapa analisou os principais endereços da gestão municipal e estadual que prestam serviços públicos administrativos, de segurança, notariais e judiciais.

Novidades do mapa

José Donizete Cazzolato – Foto: Reprodução/Linkedin

José Donizete Cazzolato, geógrafo e pesquisador do CEM, explica que os mapas digitais se assemelham aos impressos, já que apresentam uma boa visualização de muitas informações contidas neles, mas sem muito aprofundamento. Assim, o georreferenciamento digital enriquece o mapa: “Nesses mapas digitais geralmente têm muita informação, mas você não quantifica, não consegue fazer análise. Agora, um arquivo, uma base digital georreferenciada é aquela que é utilizada nos programas de georreferenciamento”.

No CEM, o geógrafo afirma que as suas bases são fornecidas no formato padrão de shapefile — formato vetorial de arquivo com dados geoespaciais utilizado por Sistemas de Informações Geográficas (SIG) —, servindo para todos os programas. Dessa forma, qualquer pessoa pode acessá-los. “É um novo patamar dos antigos mapas, eles deram esse novo salto”, acrescenta.

Pontos geolocalizados

Conforme o pesquisador, os serviços governamentais, analisados pelo mapa, integram um conjunto de cinco bases de informações pontuais, ao lado dos serviços de saúde, comerciais, educacionais e agências bancárias. “Os serviços governamentais integram esse conjunto de informações, que dão uma ideia dos diversos endereços que a população procura, por exemplo, supermercados, Prefeituras, delegacias, hospitais e postos de saúde. Nós estamos tentando reunir, em um arquivo só, as informações, que hoje são muitas, mas estão dispersas e fragmentadas”, conclui.

Ao utilizar o geoprocessamento no mapa, que também localiza unidades regionais e federais, os dados analisados podem ser separados pelas suas esferas, segmentos ou tipos de serviços prestados. Apesar disso, Donizete alerta que nem sempre todos os dados estarão disponíveis, já que importantes distritos da região metropolitana de São Paulo, como Grajaú, por exemplo, não têm um cartório de registro civil. “É um serviço estadual, mas tem buracos. Pela simples observação visual, mesmo sem usar as ferramentas clássicas de geoprocessamento, você já percebe que esse serviço tem uma defasagem, e as pessoas de lá têm que recorrer a um bairro mais longe para obter esses serviços”, complementa.

Como acessar

Com fácil acesso e uso gratuito no site centrodametropole.fflch.usp.br, Donizete explica que o CEM é um programa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) sediado na USP. Na página de Transferência e Dados do site há a opção download de dados, na qual todos podem baixar suas bases e arquivos de mapas.

Entre as diversas opções há disponíveis dados sobre áreas de proteção ambiental, áreas verdes informais, bases hidrográficas, base cartográfica digital das escolas, parques e outras unidades de conservação, equipamentos de saúde e governamentais, unidades educacionais, entre muitas outras. “Como nós estamos tratando de serviços públicos e governamentais, são bases que são para uso geral, então estão lá, fácil de baixar”, finaliza.


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