Atualizado 13 de julho, às 9h44
Para o vestibular 2017, a USP oferecerá 11.072 vagas, 15 a mais do que o ano passado, em função de reformulação de vagas na Escola de Comunicações e Artes (ECA) e no Instituto de Matemática e Estatística (IME). Do total de vagas, 8.734 serão para a seleção da Fuvest e 2.338 reservadas para candidatos que prestarem o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) neste ano. O ingresso é pelo Sistema de Seleção Unificado (Sisu), ao qual a Universidade aderiu, pela primeira vez, no ano passado.
O número de vagas aumentou 57% em relação à seleção anterior, quando foram oferecidas 1.489 vagas. A decisão foi referendada na reunião do Conselho Universitário (Co) da USP realizada nesta terça-feira, 12 de julho. A reunião do órgão máximo da instituição deveria ter ocorrido no dia 28 de junho, mas, segundo a Assessoria de Imprensa da Universidade, a data foi adiada porque algumas unidades ainda estavam discutindo o tema internamente.
A principal novidade na seleção de estudantes deste ano foi a adesão de sete unidades ao Sisu, que não haviam participado da primeira experiência: Escola de Comunicações e Artes (ECA), Faculdade de Odontologia (FO), Instituto de Química de São Carlos (IQSC), Escola Politécnica (Poli), Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA), Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) e Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU).
Apenas três unidades das 42 que a USP possui não aderiram ao Sisu: o Instituto de Física (IF), a Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) e a Faculdade de Medicina da USP (FMUSP).
Inclusão social
As 2.338 vagas foram distribuídas em três modalidades. A maior parte é exclusiva para alunos de escolas públicas (1.155). Foram destinadas 586 vagas a estudantes de escolas públicas autodeclarados pretos, pardos e indígenas (PPI), o que representa 463 vagas a mais em relação ao ano passado. As demais vagas (597) podem ser disputadas por todos os candidatos do Enem (ampla concorrência). Confira aqui a tabela de vagas por curso para o vestibular 2017 da USP.
Ao aderir ao Sisu, a USP mudou, pela primeira vez em 40 anos, a forma de ingresso na graduação, que até então era possível apenas por meio do vestibular da Fuvest. A medida é uma das principais iniciativas da Universidade para aumentar o número de alunos de escolas públicas entre os ingressantes. A meta para 2018 é conseguir que metade dos ingressantes, em cada curso e turno, tenha estudado na rede pública de ensino. E dentro desse número, 35% devem ser pretos, pardos e indígenas (PPI) – a mesma proporção dessas populações no Estado de São Paulo, segundo o último censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Leia o Jornal da USP Especial sobre o assunto
Decisões das unidades
A decisão sobre a destinação de vagas nos cursos de graduação da USP aos candidatos do Enem coube a cada unidade, desde que respeitasse o máximo de 30% em cada curso e turno.
O professor Oscar José Pinto Éboli, do Instituto de Física, afirma que a unidade optou, mais uma vez, por não utilizar o Sisu, considerando três fatores principais: as questões de física do Enem, consideradas falhas; a falta de dados da Fuvest sobre o perfil dos estudantes do IF a tempo da reunião da unidade; e as dúvidas sobre a questão da permanência dos estudantes de outros Estados. Segundo Éboli, que é presidente da Comissão de Graduação do instituto, a adesão ao Sisu será discutida para o vestibular de 2018.
A Escola de Comunicações e Artes (ECA) não participou da primeira experiência com o Sisu, mas decidiu destinar 30% das vagas para o sistema em sete de seus cursos – ficaram de fora apenas os cursos que exigem provas de habilidades específicas. Segundo a professora Silvia Regina Ferreira de Laurentiz, presidente da Comissão de Graduação da ECA, a unidade é a favor dos sistemas de inclusão e cotas sociais e raciais na USP, mas optou por não participar no ano passado pois não houve tempo suficiente para concluir as discussões. “Para os próximos vestibulares, a escola está estudando possibilidades para a adesão dos cursos de Artes no Sisu, que, por exigirem prova de habilidade específica, não vão aderir ao sistema este ano.”
Arquitetura suspendeu prova específica
Para poder aderir ao Sisu, as Congregações da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) e do Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU) da USP optaram por suspender, em caráter experimental, a aplicação da prova de habilidade específica como forma de ingresso, em 2017, nos seus cursos de graduação.
Segundo portaria normativa do MEC, cursos que exijam teste de habilidade específica não podem oferecer vagas por meio do Sisu, já que o Enem não realiza esse tipo de avaliação. Esse é caso dos cursos de Artes Cênicas, Música, Audiovisual, Design, Artes Visuais e Arquitetura.