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Inspiração, capacitação e conexão. Para o Núcleo de Empreendedorismo da USP (NEU), essas três palavras carregam um significado maior: a essência de uma equipe que pensa grande e não hesita em inspirar pessoas, capacitá-las e, enfim, conectá-las no mundo vibrante das empresas.
O NEU é um time multidisciplinar, formado por alunos tanto da graduação como da pós-graduação da USP, professores e pesquisadores. Seu espaço é financiado pelos rendimentos do Amigos da Poli, um fundo patrimonial feito de doações de ex-alunos da Escola Politécnica da USP.
O núcleo não é restrito para alunos da Poli, ele possui membros de outras instituições, entre elas a Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA), a Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) e a Faculdade de Direito (FD). O NEU possui mais de 100 startups em sua rede e uma média de dois mil alunos impactados em seus eventos.
“O NEU surgiu da união de duas iniciativas que já existiam na USP: a Rede USP de Novos Negócios e o Centro Minerva de Empreendedorismo. Juntando esses interesses em comum sobre empreendedorismo, surgiu o NEU. Isso se deve ao nosso coordenador hoje, o Artur Vilas Boas, que está desde o começo em 2010, quando realmente surgiu o nome ‘NEU’”, explica Caio Teixeira, aluno da graduação de Engenharia Elétrica e membro do núcleo.
Geraldo Sousa, aluno da graduação de Engenharia de Produção e também membro do núcleo, acredita que “não necessariamente eles precisam mostrar para o mundo o que fazemos. Sabemos que as pequenas ações que desenvolvemos podem se tornar gigantes perante o impacto que queremos causar para os nossos alunos, nossos usuários.”
Programas do NEU
O núcleo possui alguns projetos, são eles: o Curso NEU, o StartupLab e o StartupShip. “O StartupLab é a base do NEU. Ele é um programa de pré-aceleração de startups, em que qualquer aluno USP que tiver uma ideia e quiser transformá-la em uma startup, a gente vai ajudar. Ajudamos com ferramentas, conexões, mentorias, a fim de alavancar as startups. Temos alguns cases de sucesso. Seis ou sete startups já saíram de dentro do nosso programa, e é o que queremos fazer aqui dentro da Universidade”, conta Caio.
O StartupShip é um programa de conexão para alunos estagiarem em startups. “Acreditamos que qualquer aluno que vá trabalhar em uma startup vai ter uma experiência empreendedora que pode gerar um ‘click’ na cabeça dele para que ele possa empreender um dia”, segundo o estudante de Engenharia Elétrica. O grande diferencial desse projeto é que, ao estagiar em uma startup, acredita-se que o aluno terá mais autonomia e ter sua voz mais ouvida.
O outro programa, Curso NEU, foi uma iniciativa do Artur Vilas Boas, que elaborou um curso de criação de startups. “O Curso NEU se expandiu em cinco cursos que envolvem a temática de empreendedorismo”, disse Caio.
“O StartupLab e o StartupShip são o nosso core. O core de existirmos, de estarmos aqui”, destaca Geraldo. Além desses programas, o NEU possui um e-book totalmente gratuito. Uma maneira mais acessível e uma forma de expandir os conhecimentos para além da USP.
Parcerias e eventos
As parcerias do núcleo são fundamentais para a criação dos eventos de capacitação que são feitos. Na USP, existem tanto parcerias internas quanto externas. O NEU também faz trabalhos com outros institutos e instituições.
Um exemplo é o Treinamento de Novos Piratas. “Consiste em um curso de capacitação com a duração de quatro sábados, em que o aluno vai ter contato com áreas empresariais. E são startups parceiras que vêm contribuir com os nossos alunos, dar aulas e falar sobre o mercado. Isso reside muito no que acreditamos, ao mesmo tempo que é inspirador ver uma startup que realiza e existe, é uma oportunidade de capacitar o aluno e talvez até conectá-lo a um estágio”, afirma Geraldo.
Para Caio, as parcerias apenas somam, especialmente quando compreendem o caminho que foi seguido. Dentro do NEU, isso funciona de forma cíclica. Quando uma startup apoiada pelo núcleo entra no mercado, ela é conectada aos programas de capacitação, a fim de ajudar os alunos. “Trazemos contatos como o cofundador da 99 e da Yellow, o Renato Freitas, que estudou aqui na Poli.”
“Geração DIY” e futuro
“Aqui tentamos dar autonomia e liberdade para os alunos criarem seus projetos. O InovaLab proporciona isso. Temos impressoras 3D, mesas e televisores para reunião. Tentamos estimular as pessoas, damos as ferramentas para fazer isso dentro da Universidade, para criar um novo negócio”, diz Caio.
O Espaço InovaLab foi cedido para o NEU utilizar. Iniciativa do professor Eduardo Zancul, professor na Engenharia de Produção da Poli, que deixou que o núcleo usasse o espaço e assim crescesse cada vez mais.
O NEU e seus membros não sonham baixo. Para o fim de 2019, pretendem fazer uma maratona de projetos de negócios chamada Ser Empreendedor, intensificar o programa de pré-aceleração, dando apoio a mais equipes, fazer mais conexões, promover hackathons e aumentar o ecossistema de startups.
Para o futuro, os membros almejam que o NEU cresça dentro de São Paulo e no Brasil. “Eu penso muito alto. Chego a sentir um arrepio quando penso daqui a dez anos. Queremos fazer eventos gigantes que o mundo inteiro venha ver, e queremos ser o mais acessíveis para todos, porque não queremos tirar o conhecimento de ninguém”, finaliza Caio.
Mariana Arrudas e Gabrielly Borges / Agência USP de Inovação