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De 15 a 19 de maio, a International Science and Engineering Fair (Intel ISEF), maior feira pré-universitária de ciências e engenharia no mundo, recebeu uma delegação formada por 33 estudantes brasileiros. Entre eles estavam alunos de três projetos selecionados na edição 2017 da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), organizada pela Escola Politécnica (Poli) da USP, e tiveram destaque na cerimônia de premiação.
Os estudantes foram incentivados a desenvolver projetos inovadores que tivessem potencial de melhorar a qualidade de vida em suas localidades e em todo o mundo. A nova geração de inovadores competiu por prêmios e foram julgados pela sua capacidade criativa e pensamento científico, rigor, competência e clareza mostrada em seus projetos.
O Brasil, com cinco prêmios e três menções honrosas, foi o país mais premiado da América Latina e a nona delegação mais premiada do mundo, ficando atrás dos Estados Unidos, Índia, Alemanha, Rússia, Vietnã, Canadá, Itália e China.
Além da Febrace, outras duas feiras no País indicam estudantes para o evento: a Mostratec, realizada em Novo Hamburgo-RS, e a Escola Americana de Campinas, em Campinas-SP.
A ISEF é realizada desde 1950 e já revelou milhares de talentos em Ciências e Engenharia. Desde 1997, a feira conta com o patrocínio da Intel e traz o nome de Intel ISEF – Intel International Science and Engineering Fair. Neste ano, a feira foi realizada em Los Angeles, na Califórnia e reuniu 1.800 estudantes de 78 países.
Para recebê-los, a organização da feira contou com uma estrutura que envolveu voluntários, intérpretes e avaliadores para julgar os melhores projetos. Fazem parte do seleto corpo de avaliadores vários cientistas de renome internacional, todos com titulação de Ph.D.s ou equivalente, ganhadores de prêmios relevantes, inclusive ganhadores do Prêmio Nobel.
Conheça os três projetos selecionados na Febrace que tiveram destaque na cerimônia de premiação:
Madeco Sabugosa
U.S. Agency for International Development – USAID Global Development Innovation – prêmio de 3 mil dólares
“Madeco Sabugosa” é uma madeira ecológica oriunda principalmente da reutilização do sabugo e da palha do milho, onde esta tem boa resistência, alta capacidade de impermeabilidade e viabilidade de produção. Desenvolvida com o objetivo de dar-se um destino aos resíduos provenientes do milho, visto que o Brasil é um dos grandes produtores de milho, e parte de sua produção é composta pelo sabugo e pela palha, que não apresentam um destino fixo, sendo muitas vezes queimados, servindo de pastagem ou descartados no campo de plantação.
Para amenizar os problemas, tanto o desmatamento, quanto o acúmulo de ‘‘lixo vegetal’’ formados pelos resíduos do milho, os estudantes desenvolvera a Madeco Sabugosa.
Interface cérebro-computador
2° lugar em Biomedical Engineering – prêmio de 1,5 mil dólares
Menção Honrosa da Association for the Advancement of Artificial Intelligence
Indivíduos que sofrem de algum trauma encefálico têm seu nível de consciência aferido pela Escala de Coma de Glasgow, que atribui uma pontuação para cada resposta motora voluntária. Alguns estudos apontam que pessoas inicialmente classificadas em estado vegetativo ou coma por essa escala estavam conscientes de seu ambiente durante parte do período de internação. Além disso, a técnica de ressonância magnética funcional, que capta o fluxo sanguíneo no córtex cerebral, foi utilizada para verificar a modulação da atividade cerebral em pacientes comatosos ou vegetativos que eram capazes de responder a comandos assim. Nesta pesquisa é proposta uma interface cérebro-máquina de loop fechado, baseada em registro da atividade cortical, de maneira não invasiva, capaz de identificar a intenção de movimentação dos membros em indivíduos com desordens de consciência, bem como um módulo que, uma vez detectada responsividade, os mesmos seriam capazes de soletrar frases.
Resíduos agroindustriais do maracujá
4° lugar em Environmental Engineering – prêmio de 500 dólares
O resíduo agroindustrial do maracujá pode causar danos ao meio ambiente se não for adequadamente descartado. O processamento desse fruto gera 70% de resíduos, sendo o Brasil o principal produtor de uma das espécies de maracujá-amarelo. O objetivo do projeto foi propor uma utilização aos resíduos agroindustriais do maracujá através da aplicação deste em filmes plásticos biodegradáveis. Realizou-se então a produção de uma farinha da casca do maracujá (FM). Posteriormente, foram elaboradas soluções filmogênicas pelo método casting, sendo a FM o principal insumo. Além da FM, foram testadas diferentes concentrações de amido de milho, cloreto de cálcio, glicerol e ácido cítrico. A partir dos filmes produzidos, foram realizados os testes de umidade, propriedades mecânicas, solubilidade e espessura.
Com informações da Assessoria de Imprensa da Febrace