Jovens cientistas se preparam para apresentar projetos no exterior

Alunos selecionados na Febrace participarão da maior feira pré-universitária de ciências e engenharia no mundo

 14/05/2018 - Publicado há 7 anos
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Alunos selecionados para feira de ciências nos Estados Unidos participam de encontro preparatório na USP – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Em março, estudantes de todo o País apresentaram projetos na 16ª edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), realizada na USP. Agora, 14 destes jovens cientistas fazem as malas rumo a Pittsburgh, nos Estados Unidos, onde participarão da International Science and Engineering Fair (Intel ISEF), a maior feira pré-universitária do gênero no mundo.

Para conhecer melhor os critérios de avaliação do evento e se informar sobre estratégias de apresentação dos projetos, que deve ser feita em inglês, os finalistas da Febrace participaram, de 9 a 11 de maio, de um workshop preparatório na Arena Santander, na Cidade Universitária. Os alunos puderam expor seus trabalhos para professores, pesquisadores, imprensa e representantes de instituições parceiras.

Além dos selecionados na Febrace, participaram do workshop os demais integrantes da delegação brasileira na Intel ISEF, formada por 11 finalistas da Mostra de Ciências e Tecnologia (Mostratec), realizada no Rio Grande do Sul.

Professora da Poli, Roseli de Deus é coordenadora da Febrace – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Coordenadora da Febrace e também do evento preparatório, a professora Roseli de Deus destaca a importância de incentivar a produção científica desde cedo. “Com projetos de verdade esses alunos se descobrem”, diz. Segundo ela, vários jovens decidem por seguir a carreira na área científica.

Esse é o caso de Myllena Cristyna, de 19 anos, estudante do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Limoeiro do Norte, no interior do Ceará. Ela pretende seguir o caminho da Engenharia Ambiental, área na qual desenvolveu seu projeto. Sua proposta é transformar o poliestireno expandido, popularmente conhecido como isopor, em materiais cristalinos capazes de diminuir a poluição marítima por petróleo. Além disso, ela também propõe uma forma de reduzir o tempo de degradação do isopor com o uso de uma bactéria.

As estudantes Myllena Cristyna e Amanda Sayuri – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Myllena conta que sua cidade não possuía a estrutura nem os equipamentos dos quais precisava, o que exigiu dela vários deslocamentos para Fortaleza. Superadas as dificuldades, ela comemora o sucesso da pesquisa. “Ter conseguido tirar o primeiro lugar na Febrace para representar o País em um evento tão grandioso como a Intel ISEF está sendo algo inacreditável tanto para mim, que estou vivendo isso, quanto para o Instituto e para o pessoal da minha cidade.”

O projeto de Amanda Sayuri, 16, de Londrina, no Paraná, também está entre os 18 que participarão da Intel ISEF. A ideia de sua pesquisa é reutilizar o resíduo das indústrias de laticínio, o soro de queijo, no crescimento de uma levedura capaz de produzir lactase, que quebra as lactoses do leite. O objetivo é auxiliar pessoas que possuem intolerância à lactose.

Para ela, a participação no evento vai além da exposição de seu projeto. Acredita na importância de conhecer outras pessoas e culturas e saber como foi o desenvolvimento dos demais projetos, e destaca a importância da ciência, independente de qual área. “A ciência é uma das únicas formas que temos para melhorar nosso futuro. E quem melhor que os jovens para estar preocupados com o futuro?”.

Conheça os projetos selecionados na Febrace que serão apresentados na Intel ISEF de 13 a 18 de maio, nos Estados Unidos:

Pedro Henrique Capp Kopper – 17 anos
Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha – Novo Hamburgo – RS
Projeto: Sistema de mapeamento autônomo

Myllena Cristyna Braz da Silva – 19 anos
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará – Campus Limoeiro do Norte – CE
Projeto: Ciclo ambiental polimérico: produzindo materiais cristalinos para resolução de problemas ambientais

Maria Vitoria Valoto – 17 anos
Colégio Interativa – Londrina – PR
Projeto: Utilização de compostos bioativos microbianos no desenvolvimento de alternativa para combate de Cândida spp

Marcos Felipe Soares Alves Pereira – 18 anos
João Vitor dos Santos Oliveira – 18 anos
Escola SESI Djalma Pessoa – Unidade Piatã – Salvador – BA
Projeto: Redução dos níveis de CO2 antrópico na atmosfera utilizando o metabolismo da microalga Dunaliella salina e aproveitamento da sua biomassa para produção de tensoativo

Isabela Dadda dos Reis – 17 anos
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul – Campus Osório – RS
Projeto: Detecção de drogas ansiolíticas em bebidas alcoólicas adulteradas

Gabriel Gelli Checchinato – 18 anos
Colégio Ser – Jundiaí – SP
Projeto: Dispenser autônomo de líquidos para recipientes com tamanhos variados

Vitória Ventura – 16 anos
Kaíque Gonçalves Ferreira – 16 anos
Elizandra Larissa da Silva – 16 anos
ETEC Trajano Camargo – Limeira – SP
Projeto: Recuperação de cobre e níquel do lodo das indústrias de folheados para a produção de sais e estudo das aplicações

Clara Helena Vicentini Ferreira do Valle – 17 anos
Ana Carolina Bueno Gonçalves – 16 anos
Beatriz de Souza Bim – 16 anos
Escola Nova Lourenço Castanho – São Paulo – SP
Projeto: Cartografia dos adolescentes desaparecidos no “Triângulo da Violência” na zona sul da cidade de São Paulo em 2016

João Americo Macori Barboza – 17 anos
Colégio Londrinense – Instituto Filadélfia Londrina – Londrina – PR
Projeto: Aumento na produção agrícola a partir da utilização de gás carbônico no tratamento de sementes – fase II


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