Há quatro anos, a Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (FORP) da USP realiza atividades educativas na área odontológica em escolas públicas de educação infantil da cidade. A ideia é ensinar as técnicas para manter uma boa higiene bucal.
Desde 2014, 610 crianças passaram por atividades educativas e escovação supervisionada e 532 foram examinadas. Dessas, 135 recebem atendimento na FORP para prevenção e controle da cárie, com a realização de restaurações, aplicação de selantes e fluoretos.
“No projeto, participam crianças de quatro a seis anos, muitas das quais têm, nesse programa, o primeiro contato com profissionais da área odontológica de forma lúdica, em um ambiente familiar, ou seja, a escola. Isso permite, muitas vezes, desmistificar o tratamento odontológico como algo assustador”, explica a professora Marlívia Gonçalves de Carvalho Watanabe, chefe do Departamento de Estomatologia, Saúde Coletiva e Odontologia Legal da FORP e uma das responsáveis pelo projeto.
Segundo a professora, após a ação na escola, as crianças apresentam menos ansiedade e confiam mais nos universitários da USP que realizarão o atendimento individual na FORP. Outro fato que contribui para deixá-los mais tranquilos é a chegada em grupo na Universidade na companhia dos colegas de escola. “Essa é uma etapa importante para a aquisição de bons hábitos à manutenção da saúde e favorável ao primeiro contato com o tratamento odontológico.”
As atividades são desenvolvidas anualmente pela área de Saúde Coletiva da FORP, em parceria com a Secretaria da Saúde do município, que seleciona as escolas e se responsabiliza pelos recursos materiais distribuídos às crianças. O transporte, quando necessário, fica por conta da prefeitura.
São duas incursões por ano do projeto. No primeiro semestre, estudantes do quarto ano do curso de Odontologia realizam as orientações sobre educação em saúde e escovação supervisionada. Em seguida, fazem exames bucais nas crianças com autorização dos pais. Aqueles que apresentam sinais de cárie são encaminhados para acompanhamento na FORP durante o segundo semestre. “Buscamos, além do atendimento, o controle da doença e a prevenção de novas lesões”, relata o professor Wilson Mestriner Junior, que também integra a coordenação das atividades.
A professora Marlivia lembra que atividades como essa também trazem benefícios aos futuros profissionais. “Quanto aos alunos da FORP, as atividades desenvolvidas fora dos muros da Universidade permitem maior aproximação com a sociedade e consolidação de sua cidadania.”