Observatório da USP analisa dados da vulnerabilidade social na região de Piracicaba

Pesquisadores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz divulgaram boletim com dados sobre crescimento no número de pessoas em situação de pobreza e extrema pobreza na região de Piracicaba

 20/12/2022 - Publicado há 2 anos
Vista aérea da cidade de Piracicaba – Foto: Divulgação/TV Brasil

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O número de pessoas em situação de pobreza e extrema pobreza cresceu expressivamente no Brasil nos últimos anos. Os dados mais recentes do IBGE (2021) informam que a pobreza alcançou 62,5 milhões de pessoas ou 29,4% da população do País e, dentre essas pessoas, 17,9 milhões, ou 8,4%, vivem em condição de extrema pobreza. Para ter um quadro da situação de vulnerabilidade social no interior paulista, pesquisadores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP que integram o Observatório da Região Metropolitana de Piracicaba divulgaram um boletim com dados e análise da região, além de sugestões de políticas públicas. A publicação está disponível neste link.

De acordo com o boletim, a Região Metropolitana de Piracicaba (RMP) tinha registrado no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), até agosto de 2022, 201.198 pessoas em situação de pobreza ou extrema pobreza. Dessas, 81.322 tinham menos do que 15 anos e 9.912 mais do que 60 anos. As condições de extrema pobreza e pobreza são medidas pela renda mensal per capita – até R$ 105,00 por pessoa e de R$ 105,01 até R$ 210,00 por pessoa, respectivamente.

Os pesquisadores entendem que parte desses resultados ocorreu em função da dificuldade de se gerar crescimento sustentado no País, especialmente após 2016, o que foi agravado com a crise sanitária iniciada em 2020, e que acabou intensificando o crescimento do desemprego, do subemprego e do trabalho informal e precarizado. Some-se a isso a incapacidade do governo de adotar medidas eficazes contra a inflação, provocando perdas do poder de compra da população, especialmente a de renda média e baixa.

Dados de vulnerabilidade social na Região Metropolitana de Piracicaba – Elaboração: Observatório da RMP/SMADS Piracicaba

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Além das políticas tradicionais de geração de emprego que o próximo governo pode adotar para reduzir o número de pessoas fora do mercado de trabalho, o grupo destaca que deve se considerar que uma parcela da população brasileira em situação de pobreza ou extrema pobreza não está elegível para o mercado de trabalho – como idosos (6,5 milhões de pessoas ou 10,4% de pobres), crianças (20,75 milhões de pessoas ou 32,2% do total de pobres), além de adultos em estado incapacitante. Para esta parcela é necessária a facilitação ao acesso a benefícios sociais, como o Auxílio Brasil e o Benefício da Prestação Continuada.

A conclusão é que a parcela da população mais vulnerável ainda carece de políticas públicas sólidas de assistência social, que evitem a propagação da pobreza intergeracional, aquela que vai se perpetuando entre gerações nas unidades familiares.

Análises econômicas e sociais

O observatório surgiu a partir da criação da Região Metropolitana de Piracicaba na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), no dia 18 agosto de 2021, com a Lei Complementar nº 1.360/2021. A região concentra mais de 1,5 milhão de habitantes de 24 municípios: Águas de São Pedro, Analândia, Araras, Capivari, Charqueada, Conchal, Cordeirópolis, Corumbataí, Elias Fausto, Ipeúna, Iracemápolis, Leme, Limeira, Mombuca, Piracicaba, Rafard, Rio Claro, Rio das Pedras, Saltinho, Santa Gertrudes, Santa Maria da Serra e São Pedro.

Participam das análises pesquisadores e estudantes colaboradores do Departamento de Economia, Sociologia e Administração da Esalq, que divulgam boletins, estudos e estatísticas econômicas e sociais sobre a região. Além do Boletim Vulnerabilidade Social na Região Metropolitana de Piracicaba, o observatório já fez análises sobre o comércio exterior e indicadores de desenvolvimento sustentável da região.

O próximo boletim sobre vulnerabilidade social deverá analisar o número de mulheres que são arrimo de família em condição de pobreza ou extrema pobreza.

Acompanhe as atividades do Observatório da Região Metropolitana de Piracicaba na página do projeto e no Facebook.

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Texto adaptado de Caio Albuquerque, da Divisão de Comunicação da Esalq


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