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“Assim ordenou o Presidente Washington Luis que se reatassem negociações, a proposito da aquisição do prédio da Convenção. (…) A 29 de Dezembro de 1921 promulgou-se a lei 1.856 autorisando o governo a adquirir o edificio em que se realizara a Convenção, destinando-o a guardar os objetos e documentos relacionados com a propaganda e proclamação da República”, descreve o Guia do Museu Republicano Convenção de Itu, de autoria de Affonso de E. Taunay, que dirigiu entre 1917 e 1945 o Museu Paulista e levou adiante o projeto de implantação do Museu Republicano Convenção de Itu (MRI). O documento, que conta a história do museu, foi digitalizado como parte das comemorações do centenário da instituição e agora está disponível para o público no site da instituição neste link.
Outro documento mostra as solenidades da fundação do museu: “Com o maior carinho se voltaram sempre as vistas dos republicanos de S. Paulo para o local onde, a 18 de abril de 1873, se reunira a primeira assembléa provincial de sua aggremiação partidaria, llú, a velha cidade seiscentista que saliente parte tomara na obra da ampliação do Brasil, pelos immensos territórios de Oeste, e que, aos albores de nossa independencia, tanto se salientara pela energia de sua actuação em pról da liberdade nacional”, como é apresentado em Solennisação do Cincoentenario da Convenção de Itu. Além destes, dois documentos históricos estão disponíveis para o público e são transcrições paleográficas da Convenção do Partido Republicano de Itu e de Atas do Clube Republicano de Itu, ambas do Núcleo de Paleografia do Centro de Acervo Permanente do Arquivo Público do Estado de São Paulo.
A digitalização de documentos históricos integra um projeto desenvolvido para comemorar o centenário do museu. O Protocolo Integrado para Documentação HBIM (Heritage Building Information Modeling) e um Gêmeo Digital para gestão, conservação e divulgação do edifício do Museu Republicano Convenção de Itu, coordenado pela professora Rosaria Ono, diretora do Museu Paulista, foi criado no âmbito dos Projetos Integrados de Pesquisa em Áreas Estratégicas (Pipae), da Pró-Reitoria de Pesquisa (PRP) da USP, e conta com uma equipe formada por integrantes do Museu Republicano de Itu, Museu Paulista, Instituto de Arquitetura e Urbanismo, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo e Escola Politécnica da USP, e colaboradores estrangeiros da Università degli Studi di Firenze (Itália) e University of Bath (Inglaterra).
A pesquisa de produção de documentação digital foi realizada através de investigações e cotejamento de documentação, informações, imagens e dados referentes ao museu, originando também uma linha do tempo digital do edifício, na busca de compreendê-lo segundo perspectivas arquitetônicas, urbanísticas, administrativas, de legislação e proteção do patrimônio arquitetônico, entre outras. São sete eixos narrativos apresentados na forma de linhas do tempo que se conectam.
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“O patrimônio arquitetônico considerado bem cultural deve ser preservado e valorizado, assim, conhecer as informações da edificação e seus aspectos materiais, de sua memória e aspectos imateriais é fundamental para a sua preservação. Com esse objetivo, foram digitalizados documentos históricos relacionados ao edifício-sede do Museu de Itu, que foram sistematizados sob uma curadoria e perspectiva temporal, com a produção de uma linha do tempo digital, auxiliando a análise e compreensão complexa do edifício, contexto urbano, paisagem cultural, diretrizes e processo de modelagem”, explica Maisa Fonseca de Almeida, pós-doutoranda do Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU) da USP que participou do projeto. “Esta linha do tempo potencializa ações de gestão de dados e do edifício, sua manutenção e conservação, além de disseminar e divulgar informação e conhecimento para o público geral por meio da internet”, completa Maisa.
Obras raras da Coleção Prudente de Morais
Por ocasião do centenário do MRI, também estão sendo digitalizados, em parceria com a Agência de Bibliotecas e Coleções Digitais (ABCD) da USP, os impressos da Coleção Prudente de Morais. Doada pela família do ex-presidente à instituição em 1925, reúne mais de 1.300 exemplares, com obras que variam de documentos e livros de até 30 ou 40 páginas a publicações com mais de 200 páginas.
A maior parte do material é proveniente do século 19, e em uma primeira fase serão digitalizadas obras de autoria do ex-presidente, muitas delas que se referem a documentos relacionados a sua própria atuação no governo. Depois é a vez das obras bibliográficas, como as do Conde de Parnaíba ou a do próprio Prudente de Morais e, por fim, os relatórios de governo, desde os tempos do Império até chegar ao período republicano. Esse acervo será disponibilizado na Biblioteca Digital de Obras Raras, Especiais e Documentação Histórica da USP (Bore).
“Trata-se do acervo do antigo gabinete de trabalho do primeiro presidente civil da República, que nasceu em Itu e faleceu em Piracicaba. Contém obras de filosofia, direito, jurisprudência, relatórios de governo, biografias e mensagens/discursos de Prudente ao longo de sua carreira política. É considerada pelos especialistas uma coleção de obras raras, cujo catálogo foi publicado em 2002, ano do centenário da morte de Prudente”, explica José Renato Margarido Galvão, técnico para assuntos administrativos do MRI.
Para conferir os documentos relacionados ao Museu Republicano de Itu já digitalizados e disponíveis ao público clique aqui. Para conferir a linha do tempo da instituição acesse este link.
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